quinta-feira, 28 de novembro de 2013

[Resenha] O Teorema Katherine

Título: O Teorema Katherine
Autor: John Green
Edição: 6/2013
Editora: Intrínseca
Páginas: 304

Sinopse: Após seu mais recente e traumático pé na bunda - o décimo nono de sua ainda jovem vida, todos perpetrados por namoradas de nome Katherine - Colin Singleton resolve cair na estrada. Dirigindo o Rabecão de Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no carona, o ex-criança prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora, descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, através da linguagem universal da matemática, o desfecho de qualquer relacionamento antes mesmo que as duas pessoas se conheçam.

Uma descoberta que vai entrar para a história, vai vingar séculos de injusta vantagem entre Terminantes e Terminados e, enfim, elevará Colin Singleton diretamente ao distinto posto de gênio da humanidade. Também, é claro, vai ajudá-lo a reconquistar sua garota. Ou, pelo menos, é isso o que ele espera.



Comentários:

Hoje venho relatar minha primeira experiencia com a narrativa de John Green, que diga-se de passagem é maravilhosa. O livro pautado em questão - O Teorema Katherine – foi um presente de aniversário (quase Natal) da minha amiga Marina, a quem agradeço imensamente por me proporcionar essa viagem.

Colin Singleton é um garoto prodígio que acabou de se formar no colegial e de levar o maior pé na bunda de sua vida, o 19º de uma Katherine. Por estar na pior foça em que já já esteve na vida, seu melhor amigo, Hassan, sugere que façam uma viagem de carro. Só eles dois e nenhum destino. Mas acabam parando em Gutshot, uma cidadezinha no interior do Tennessee. E lá conhecem Lindsey e sua mãe Hollys, que lhes dá um emprego de verão. Na verdade, o primeiro emprego na vida de ambos.

Enfim, é lá que Colin tem a ideia do tal Teorema que prevê o futuro dos relacionamentos. Começa a fazer isso porque quer fazer algo pelo qual ser lembrado, já que ele é um garoto prodígio que já atingiu seu ápice e garotos prodígios nem sempre se tornam gênios. Sim, há uma diferença e o livro explica bem isso. Mas basicamente prodígios tem facilidade extrema em aprender e usar o que aprenderam, gênios criam coisas novas. Nem toda criança prodígio se torna um gênio e nem todo gênio foi uma criança prodígio. E Colin queria ser um gênio porque ninguém é lembrados por saber os 99 primeiros algarismos do Pi.

Se o Teorema funciona? Isso você vai ter que ler o livro pra descobrir. Mas o que vale mesmo do livro é a amizade de Colin e Hassan, os dois me arrancaram diversas gargalhadas. E até me emocionaram em alguns momentos. O quanto mudaram durante a estadia em Gutshot, em parte por causa do trabalho e em parte pela convivência com os moradores dali. Principalmente Lindsay, ela fez bem pra eles e eles para ela.

Enfim ao que eu achei. Dizer que adorei é pouco. A narrativa de Green é mesmo tudo o que dizem e muito mais. O livro é narrado na terceira pessoa, alternando o presente com pedaços do passado de Colin. Com referências ótimas e comentários sarcásticos sem igual. Também tem várias notas de rodapé, as melhores que já vi. Isso porque ele consegue ser sarcástico até nas notas. Sério, se você não leu John Green ainda, leia. Young Adult é um gênero que não me faz muito a cabeça, mas esse me conquistou.

Os personagens são ótimos. Colin é o típico nerd tímido e que não sabe muito bem o que falar. Nem sei o que seria dele sem Hassan. Esse por sua vez é o divertido boa vida que não quer nada com nada. Nem preciso dizer que é o equilíbrio perfeito né? E Lindsey é aquela garota bonita e inteligente que sofreu na infância e tem suas próprias perspectivas. O entrosamento e evolução dos três é algo maravilhoso de se acompanhar.

O final que eu achei meio atropelado, pois no meio do livro surge um mistério em relação a Hollys e a resposta apesar de ser bem condizente e emocionante foi dada meio fácil demais. Mas ainda foi um ótimo final e teve belas morais, apesar de ser bem aberto. Sabe, pela primeira vez em muito tempo eu queria que um livro único ganhasse continuação. Pois apesar de gostar de finais abertos por causa do gostinho de “o final é meu e imagino ele do jeito que eu quiser” que eles dão, eu realmente queria ver o que os personagens fariam com suas descobertas. Mas as mensagens mais do que valeram.



E pra encerrar, falo sobre a matemática envolvida na trama. O livro possui alguns gráficos e expressões matemáticas sim, mas nada que dificulte a leitura. No final tem um apêndice explicando melhor o Teorema que foi escrito pelo amigo de John, Daniel Bliss. Ele que cuidou da parte matemática do livro, pois o próprio John confessou não ser bom nessa área. E apesar desse apêndice ser totalmente opcional, recomendo que leiam pois a forma como Daniel explica é divertida e o final... Bom, leiam.

Colin suspirou. Mesmo não sendo tão religioso assim, Hassan de vez em quando brincava de tentar converter Colin.
-Tá. Fé em Deus. Boa ideia. Também quero acreditar que posso voar até o espaço sideral montado nas costas macias de pinguins gigantes e transar com a Katherine XIX em gravidade zero.
-Singleton, você precisa acreditar em Deus mais do que qualquer pessoa que eu conheço.
-É, e você precisa ir a faculdade - Colin murmurou.
Págs. 14 e 15

Nenhum comentário:

Postar um comentário