Quem
nunca viu ao menos um episódio ou sequer ouviu falar dessa série
sobre o grupo de amigos mais irreverente de Nova York ou passou os
últimos vinte anos numa caverna ou não dá a mínima para cultura
pop. Durante muito tempo meu conhecimento sobre Friends era o
que vinha de comentários daqueles que a tem como melhor série de
todos os tempos e de episódios esporádicos vistos na TV, mas isso
acabou. Nos últimos meses me dediquei a assistir a série da forma
que ela merece (do início ao fim) e entrei para sua imensa legião
de fãs.
Me parece
desnecessário ficar falando sobre a trama, mas enfim. Acompanhamos
seis amigos com todos os seus infortúnios e vitórias. Tudo começa
quando Rachel (Jennifer Aniston) desiste de se casar e vai procurar
sua antiga amiga Monica (Courteney Cox). Assim ela reencontra também
Ross (David Schwimmer), irmão de Monica que sempre foi apaixonado
por ela e acaba de sair de um casamento complicado, e Chandler
(Matthew Perry), que foi colega de quarto de Ross na faculdade e
nesse momento é vizinho de porta de Monica. E conhece Joey (Matt
LeBlanc), um aspirante a ator que divide apartamento com Chandler, e
Phoebe (Lisa Kudrow), uma garota meio hippie que já morou com
Monica. Está dada a largada para inúmeras confusões.
Friends
é daquelas séries que faz você rir das besteiras que faz, que te
lembra de tentar ver a vida de uma forma mais leve de vez em quando.
Não é a toa que se tornou um ícone e que mesmo duas décadas após
sua estreia continua em tão boa estima. É fácil se identificar com
os personagens, e mais fácil ainda ver seus amigos neles. Quem não
tem um(a) amigo(a) com mania de controle e/ou que manda bem na
cozinha como a Monica? Quem não tem um(a) amigo(a) metido(a) a
intelectual e/ou que vive dando mancadas como o Ross? Quem não tem
um(a) amigo(a) mimado(a) que teve que aprender com os percalços da
vida como a Rachel? Quem não tem um(a) amigo(a) que faz piada de
tudo e/ou tem um emprego que ninguém sabe exatamente o que faz como
o Chandler? Quem não tem um(a) amigo(a) exotérico(a) e/ou que já
fez de tudo um pouco na vida como a Phoebe? Quem não tem um(a)
amigo(a) comilão(ona), namorador(a) e/ou que pode não ser lá muito
inteligente mas tem um carisma enorme como o Joey? Todo mundo tem.
Além
disso, tem aquelas circunstâncias felizes e trites, certas e erradas
que se repetem na vida de todos. Eles brigam? Sim, às vezes mal
querem se ver. Mas sempre admitem seus erros, perdoam. E sempre estão
lá uns pelos outros. Suas relações evoluem e amadurecem ao mesmo
passo que os próprios personagens. Às vezes nasce um romance, ou
talvez ele sempre estivesse lá apenas aguardando a hora de se
mostrar. O amor entre Monica e Chandler sempre esteve dando pistas,
mas será que teriam ficado juntos se não fossem amigos primeiro? Se
Ross e Rachel não fossem tão amigos teriam voltado tantas vezes?
Difícil dizer. São daquelas coisas da vida que simplesmente
acontecem.
Falando
em evolução, quase dá para se dizer que esse é um subtema da
série. Não só pelos personagens e relações como já mencionado,
mas também de um modo geral. Por ter ficado uma década no ar, você
tem todo aquele acompanhamento (mesmo que sútil) de mudanças na
moda, nos costumes, e principalmente de alguns temas que estavam
começando a ganhar voz nos anos 1990. Tudo levado com muita leveza e
graça, e um toque de emoção quando necessário.
Minha
história com Friends é um pouquinho complicada. Como
mencionei, durante muito tempo tudo o que vi foram episódios
esporádicos e aleatórios na TV. Em 2013 a série entrou no catálogo
do Netflix, mas como só tinha as cinco primeiras temporadas
achei melhor esperar até que estivesse completa. Quando anunciaram o
acréscimo das temporadas finais fui toda empolgada para assistir, e
eis minha surpresa ao ver que tinham retirado as temporadas iniciais.
Mais uma vez o projeto foi adiado. Até que ano passado finalmente
disponibilizaram a série completa e enfim pude assistir essa coisa
linda! Em muitos dias foi minha única alegria. E não existe nada
mais relaxante que tomar um café assistindo Friends, se a
turma estiver compartilhando um momento no Central Perks então, é
quase como estar com eles.
Friends
teve 236 episódios divididos em 10 temporadas, exibidos
originalmente pela rede americana NBC entre 22 de setembro de
1994 e 6 de maio de 2004. Criada por David Crane e Marta Kauffman a
série se destacou por denotar igual relevância aos seis
personagens, coisa que o próprio elenco queria. E claro que se era
para mostrar um grupo de amigos nem podia ser diferente. Após
finalizada a série ganhou o spin-off Joey, mostrando o
personagem após se mudar para Los Angeles para seguir com a carreira
de ator. Não encontrei para assistir, mas a série não foi tão bem
sucedida e só teve duas temporadas. De qualquer forma, acho que
esses personagens funcionam melhor juntos.
Pelas
piadas que nunca perdem a graça, os bordões que ficam presos na
mente de quem assiste e sutil realidade com que trata assuntos
cotidianos, Friends conquista fãs há vinte anos e certamente
continuará conquistando por muito mais. Essa é a magia de uma série
que se tornou atemporal pelo que ela representa. E com seu final
digno, que manteve tons iguais de humor e emoção, não causa outra
coisa que não saudade em quem a termina. Arrisco dizer que com essa
onda de revivais, não seria um erro fazer ao menos um especial
mostrando como andam Rachel, Ross, Monica, Chandler, Phoebe e Joey.
Pois amizades assim sempre tem algo a mostrar.
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