terça-feira, 10 de junho de 2014

Da Vinci's Demons – Balanço da 2ª temporada


Entre jornadas e batalhas, as descobertas.

Queria dizer que a série manteve o ótimo nível da temporada passada, mas a verdade é que Da Vinci's Demons se saiu ainda mais surpreendente esse ano. Claro, com as consequências do final da 1ª temporada o resultado nem podia ser diferente né? E entre salvar Florença e a caça pelo Livro das Folhas, não sobrará pedra sobre pedra.

Giuliano morreu no ataque do fim da 1ª temporada, e se isso já não fosse sofrimento suficiente levaram três episódios para enterrá-lo e ainda voltou como fantasma para Lorenzo e Leonardo. Foi difícil perder um personagem tão querido, mas ele deixou sua mensagem. Seu irmão não deve desistir e seu filho deve ser bem cuidado. Aliás, Lorenzo provou mesmo que não é de desistir facilmente. Esteve quase a beira da morte, e teria morrido se não fosse a astúcia de Leonardo. E tenho cada vez admirado-o mais como líder que faz e vai onde for preciso para salvar Florença. Mesmo enfrentando a morte de frente.

O Leonardo da série continua inovador como foi o da vida real. Fazer uma transfusão de sangue com Lorenzo numa época em que veias e artérias não passavam de teoria (o que fez a transfusão de Jack e Boone em Lost parecer um procedimento até seguro) e um submarino quando Júlio Verne nem sonhava em nascer (quem dirá escrever Vinte Mil Léguas Submarinas) foram só alguns de seus desafios. Teve que salvar os escravos do navio que precisou invadir pra ir (ou eu deveria dizer “vir”?) à América e provar a eles que não iriam cair no fim do mundo, resolver os vários desafios dos incas, lidar com o fato de que o Livro das Folhas não estava lá e ainda com a perda de seu estimado Mestre Adrea Verrocchio. Sem falar da ocasião em que teve que se disfarçar de Riario. Uma imitação impecável.


Mas Leonardo não fez nada sozinho. Contou principalmente com a ajuda de seu leal amigo Zo, que continua reclamando e sendo sarcástico mas está sempre lá. E se você vai à América precisa de quem? Amerigo Vespucci, é claro. Quase surtei quando vi que era dele que precisariam para navegar e conseguir outro navio, já que Riario pegou o primeiro. Nico também continua sendo o devotado aprendiz, ainda mais depois de ter sido refém de Riario e de ter sofrido o naufrágio. E falando em naufrágio, Riario parece ter virado outra pessoa depois disso. Claro que o breve e trágico relacionamento com Zita contribuiu, mas ajudar Leonardo é algo que nunca esperei dele. Ver Riario em um desafio de morte para trazer Leonardo de volta do Vale dos Mortos foi algo desesperador.

Tão fascinante quanto a viagem e as aventuras na América foi a batalha dos que ficaram. Lorenzo e Piero foram para Napole tentar conseguir um acordo enquanto Clarice ficou como Regente de Florença. Nunca admirei tanto esses personagens, que mesmo quando tudo parecia perdido conseguiram de alguma forma encontrar forças para lutar. Lorenzo foi pedir ajuda de sua primeira amada Ippolita e acabou caindo nos desafios incoerentes de Alfoso, Rei Ferrante e Papa Sixtus IV. Que a propósito, foram desesperadores. Até alucinações (ou visões) com Giuliano ele teve. Enquanto Clarice tentava resistir às investidas e golpes do Capitão Dragonetti, estava recebendo ajuda (e outras cositas mas) de Carlo que no fim de tudo se mostrou o traidor dos traidores.


Dois personagens que realmente me surpreenderam foram Riario e Lucrezia. Os odiava tanto que ainda nem consigo acreditar que passei a gostar deles. Mas com tudo o que passaram, suas atitudes foram mais que compreensíveis. Entender que a fé cega que Riario depositava no Papa não era tão cega assim, afinal ele é seu pai, mudou a situação. Saber que sua primeira prova de lealdade foi matar uma prostituta judia que nem conhecia e no fim descobriu ser sua mãe foi algo bastante intenso. Já Lucrezia é filha do verdadeiro Papa, irmão gêmeo do falsário. Viu o pai ser preso e a irmã caçula ser assassinada na mesma hora, já sendo obrigada a servir Sixtus. Depois disso fui quase obrigada a sentir pena dos dois. Ao menos Riario passou a ajudar Leonardo, até ser pego pelos Inimigos do Homem. Agora seu futuro é uma verdadeira incógnita. E Lucrezia resolveu lutar pela liberdade de seu pai e por conseguinte da Itália, mas sua visita ao Império Otomano não saiu como o planejado. E aquilo que a Oraculo disse sobre Francesco querer guerra e não paz me preocupou.


Nico e Vanessa continuam crescendo como personagens e nos cativando cada vez mais. Nico já não é o rapaz ingenuo do início, evoluiu significativamente durante a jornada para a América e se tornou um homem valente e mais leal que nunca. Deu gosto de vê-lo enfrentando os valentões de frente e defendendo os amigos, principalmente Vanessa. Mas a surpresa do personagem veio mesmo no season finale, com a revelação de seu sobrenome. Só consegui pensar: “O quê? O Niquinho é o Nicolau Maquiável? Noooossaa!”. Uma promessa de que Nico crescerá ainda mais. E Vanessa que sempre mostrou certa força deixou seu jeito meio espevitado para se tornar uma mulher determinada. Não só a gravidez mas a vontade de lutar pela liberdade dela e do filho a fizeram evoluir. Mas o que fazer quando seu filho é o único herdeiro com direito ao trono? E agora que Clarice partiu e Nico falsificou o documento praticamente obrigando-a a ficar no posto de Regente Reitora da Casa di Medici, Vanessa terá de amadurecer ainda mais.


Pra encerrar, volto a Leonardo. Ele que foi a América e descobriu um lugar de beleza inigualável de cores vívidas, mas também passou por desafios que fizeram de sua genialidade uma ferramenta de sobrevivência. Teve uma experiencia inquietante pelo Vale dos Mortos, que o fez encarar a si mesmo em idade avançada no leito de morte e questionar ainda mais sobre si mesmo. Sem falar do pedido de Giuliano para que cuide de seu filho com Vanessa e a visão de que sobre todas as obras, deve terminar a Monalisa. Também está no centro de uma guerra prestes a explodir. Mas além disso tudo, depois de tanto perseguir as pistas vazias do Turco sobre sua mãe e o Livro das Folhas, descobre por Piero que sua mãe Catarina está vindo com os otomanos. Com tudo que aconteceu nessa temporada de Da Vinci's Demons, a próxima promete ser ainda mais explosiva e avassaladora.

4 comentários:

  1. Pena que não assisti a primeira temporada e nem a segunda para acompanhar o balanço com o devido entusiasmo... Mas parece se tratar de uma série de época e eu ADORO coisas de época *___* Está na minha lista, e eu com certeza vou procurar pra assistir!
    Beijão, Gabi!!

    http://penny-lane-blog.blogspot.com.br/

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  2. GabrielaCeruttiZimmermann11 de junho de 2014 às 10:45

    É de época, conspiração e até dá pra dizer que um pouquinho de ficção científica e fantasia junto. Ou seja, quase tudo que gosto junto! [rs] Mas o melhor mesmo é a parte histórica. Espero que consiga assistir qualquer hora, Maiti. Acho que você vai gostar. :)


    Beijos!

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  3. Oi Gabi,

    Ah, como eu queria poder dizer que passo essa ou algo do tipo, afinal a lista só aumenta! Mas não dá. Tantos personagens interessantes, tantos plots legais. Quero muito ver. Pelo nome achei que a série tomava um rumo mais sobrenatural, mas vendo seu balanço parece não ser esse o foco principal. Uma ótima análise e assim que puder confiro a produção.

    Abraços!!!

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  4. GabrielaCeruttiZimmermann17 de junho de 2014 às 14:58

    Assim, até dá pra se dizer que a série tem um pouco de miticismo e ficção científica, mas o título é mais metafórico sabe? Mas o cerne da história é realmente histórico e político. Entendo sua situação, Jeferson, de não querer adicionar mais séries a lista quando já se tem tantas. Mas se você conseguir encaixar na grade acho que iria gostar. Esse outro post talvez te ajude a decidir: http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/2013/07/a-linhagem-de-leonardo-da-vinci-segundo.html


    Abraço!

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