segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

[Resenha] O Chamado do Cuco

Nome: O Chamado do Cuco
Série: Cormoran Strike – Livro #01
Autora: Robert Galbraith (a.k.a J K Rowling)
Edição: 1/2013
Editora: Rocco
Páginas: 448

Sinopse: Quando uma modelo problemática cai para a morte de uma varanda coberta de neve, presume-se que ela tenha cometido suicídio. No entanto, seu irmão tem suas dúvidas e decide chamar o detetive particular Cormoran Strike para investigar o caso. Strike é um veterano de guerra, ferido física e psicologicamente, e sua vida está em desordem. O caso lhe garante uma sobrevida financeira, mas tem um custo pessoal: quanto mais ele mergulha no mundo complexo da jovem modelo, mais sombrias ficam as coisas e mais perto do perigo ele chega. Um emocionante mistério mergulhado na atmosfera de Londres, das abafadas ruas de Mayfair e bares clandestinos do East End para a agitação do Soho. O chamado do Cuco é um livro maravilhoso. Apresentando Cormoran Strike, este é um romance policial clássico na tradição de P.D. James e Ruth Rendell, e marca o início de uma série única de mistérios.


Comentários:

Em meados do ano passado tomei conhecimento desse livro que foi escrito por J K Rowling sob o pseudônimo de Robert Galbraith. Como estava prestes a encerrar a leitura da série Harry Potter e decidida a ler tudo que a autora escrevesse estava determinada a ler esse também. E tão logo O Chamado do Cuco foi lançado aqui no Brasil eu o adquiri durante a Black Friday. Só não tinha lido até agora por frescura, pois queria capa dura e por engano/distração comprei edição brochura. Mas então resolvi deixar de neura e ler de uma vez, o livro afinal é o mesmo.

Cormoran Strike é um veterano do Exército britânico, fora de batalha por ter perdido uma perna em uma explosão no Afeganistão. Ele agora trabalha como investigador particular, mas sem muito sucesso. Pelo menos até ser contratado por John Bristow para investigar a morte da irmã Lula Landry, uma modelo que morrera três meses antes. Todo o mundo está convencido de que a moça – que sofria de alguns transtornos psicológicos – cometera suicídio, menos a família e algumas pessoas mais próximas.

Cormoran se vê envolvido com o caso de diversas maneiras. Primeiro porque quando criança foi muito amigo de outro irmão de John que morrera de forma trágica. Também por conhecer a perseguição da mídia às celebridades por conta de seu próprio pai, e por ver que há mais coisas abaixo da superfície do que poderia imaginar. Enquanto isso precisa lidar com alguns problemas em sua vida pessoal, como o fim de um longo relacionamento conturbado. Mas para ajudá-lo em tudo terá Robin, a secretária temporária que se mostra uma assistente eficiente e ótima amiga.

Ao meu ver, uma história policial precisa acima de tudo ter personagens convincentes. E é com prazer que digo que foi o que encontrei. Todos eles são extremamente humanizados e despertam diferentes impressões a todo o tempo. Isso deve-se ao fato de que não só as personalidades foram muito bem montadas como a forma em que veem uns aos outros é divergente e instigante. Os que mais importaram pra mim são Cormoran e Robin, uma vez que eles é que ficarão para os próximos livros. Ambos são interessantes e ficam melhores juntos, pois minhas partes favoritas foram em que estavam na companhia um do outro. Pois apesar de ter achado Cormoran muito astuto e ter gostado de sua história não vi muito carisma nele.

O Chamado do Cuco é o que chamo de policial com drama social. Tanto a história de Cormoram quanto – e principalmente – a de Lula são repletas de fatores que nos fazem pensar na sociedade e no mundo em que vivemos como um todo. Aqui o enfoque foi o mundo das celebridades e todo tipo de ostentação e perseguição que o cerca. Quem tem pelo menos pouco mais de duas décadas de vida consegue lembrar de Lady Di em diversas partes devido às citações sobre a perseguição da imprensa e distorções que ela faz.

A investigação foi bastante intricada, com reviravoltas surpreendentes e condizentes. Apesar disso, teve um bom trecho em que senti que a leitura ficou um tanto morgada. Mesmo gostando de vários aspectos me parecia que a história não andava. Mas nas últimas cento e cinquenta páginas e situação mudou de figura. Começa a reviravolta da trama e o enredo vai ganhando um ritmo alucinante, então tudo que você quer é saber o que está se passando pela cabeça do investigador e quem é o culpado.

Sobre a narrativa não há o que dizer que a maioria já não saiba. Rowling mesmo sob o nome Galbraith e se aventurando por um novo gênero mantém sua escrita envolvente e marcante. Suas descrições de cenários e exposição das emoções dos personagens nos permite montar cenas completas e precisas e nossa mente. Mas preciso dizer que agradeço o fato do número de palavrões ter diminuído em relação à Morte Súbita. Aqui ficaram em apenas alguns diálogos, lugar onde considero aceitável vê-los.

Já mencionei algumas vezes que não tenho muita experiência com literatura policial. Isso somado ao fato de que só comecei a escrever a resenha alguns dias após o fim da leitura e ainda precisar de muitas pausas (e alguns inconvenientes) podem ter comprometido minha intenção de fazer comentários concisos. Mas o que quis dizer é que mais uma vez J K Rowling mostrou lindamente sua versatilidade como contadora de histórias. Que fico feliz por poder acompanhar essa em tempo – quase – real. Já encomendei o segundo volume, O Bicho da Seda, e pretendo não demorar tanto para lê-lo.

8 comentários:

  1. Tive a oportunidade de ler o livro assim que foi lançado, e eu gostei tanto quanto você. Eu achei o final um pouco previsível, pois já desconfiava do assassino. Mas concordo com você quando exalta as qualidades da J.K. Rowling como escritora, ela sabe como ninguém como descrever cenários e nos passar as emoções dos personagens.
    Ótima resenha Gabi, espero a próxima da série. Vou ver se compro O Bicho da Seda ainda este ano.

    Beijos e desculpe pelo sumiço!
    www.booksever.com.br

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  2. GabrielaCeruttiZimmermann10 de dezembro de 2014 às 18:23

    Assim, Filipe, posso dizer que achei e não achei o final previsível. Até tive minhas desconfianças nele, mas não queria apostar pois seria muito parecido com outro livro que li. Mas suspeitava mesmo de outro. Meu Bicho da Seda chegou ontem, como já tenho duas leituras planejadas quero ver se leio em Janeiro. ^^


    Abraço!

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  3. Ei Gabi,

    Ah, fico muito feliz que você tenha curtido a leitura. Amei esse livro, também achei um tanto parado, mas como você disse na reta final a coisa corre num ritmo acelerado. E nem desconfiei do assassino, o que foi ótimo. Adorei também o fato do investigador ir desvendando o crime com base nas mesmas informações do leitor. Enfim, já li O Bicho-da-Seda, mas esse se mantém como meu preferido. Ótima resenha!

    Abraços!

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  4. GabrielaCeruttiZimmermann20 de dezembro de 2014 às 14:20

    Eu adorei o livro, Jeferson. Uma das minhas melhores leituras do ano. Já estou com meu O Bicho-da-Seda e pretendo não deixar Cormoran e Robin esperando tanto dessa vez. [rs] Fico feliz que tenha gostado da resenha.


    Abraço!

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  5. Tenho muita curiosidade em ler esses livros adultos de J K Rowling e sua resenha me animou a começar por este.

    Aproveito para convidá-la a conhecer meu blog Porque Livro Nunca Enguiça, que dedico à listas literárias.

    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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  6. Tenho muita curiosidade em ler esses livros adultos de J K Rowling e sua resenha me animou a começar por este.

    Aproveito para convidá-la a conhecer meu blog Porque Livro Nunca Enguiça, que dedico à listas literárias.

    http://porquelivronuncaenguica.blogspot.com.br/2014/05/sete-livros-que-marcaram-geracoes.html

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