terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

[Resenha] O Bicho-da-Seda

Nome: O Bicho-da-seda
Série: Cormoran Strike – Livro #02
Autora: Robert Galbraith (a.k.a J K Rowling)
Edição: 1/2014
Editora: Rocco
Páginas: 464

Sinopse: O detetive Cormoran Strike, protagonista de O chamado do Cuco, está de volta, ao lado de sua fiel assistente Robin Ellacott, no segundo livro de Robert Galbraith, pseudônimo de J.K. Rowling. Dessa vez, o veterano de guerra terá que solucionar o brutal assassinato de um escritor. Quando o romancista Owen Quine desaparece, sua esposa procura o detetive particular Cormoran Strike. Incialmente, ela pensa apenas que o marido se afastou por alguns dias como fez antes e quer que Strike o encontre e o leve para casa. Mas, à medida que investiga, fica claro para Strike que há mais no sumiço de Quine do que percebe a esposa. O escrito acabara de concluir um livro retratando maldosamente quase todos que conhece. Se o romance fosse publicado, a vida deles estaria arruinada - assim, muita gente pode querer silenciá-lo. E quanto Quine é encontrado brutalmente assassinado em circunstâncias estranhas, torna-se uma corrida contra o tempo entender a motivação de um assassino impiedoso, diferente de qualquer outro que Strike tenha encontrado na vida.


Comentários:

Me arrependi de ter deixado O Chamado do Cuco tanto tempo intocado na minha estante, então tratei de não cometer o mesmo erro com sua sequência. Terminada a leitura fico não só com os bons sentimentos de mais um tempo passado com Cormoran e Robin como reforço minha impressão de que eu deveria ler mais policiais. Porque estou realmente gostando disso.

SPOILER FREE! Sem grandes revelações do livro anterior.

Oito meses se passaram desde a solução do caso Lula Landry, e a situação profissional de Cormoran Strike está bem diferente. Agora o detetive está cheio de casos, e é bem verdade que boa parte de seus clientes procuram seus serviços para investigar suspeitas de adultério mas também aparecem casos realmente interessantes. Principalmente quando Leonora Quine o procura para encontrar seu marido Owen, um escritor que vive dando seus sumiços. Mas dessa vez ela sente ter algo diferente.

Não sei se é só na edição brasileira, mas o livro teve boa parte do mistério estragado na sinopse. Ela já vai entregando fatos que vão sendo expostos ao leitor ao longo da primeira metade da trama. Claro que ela não entrega detalhes de como Owen denegrira a imagem das pessoas que o cercam em seu novo romance, Bombyx Mori, e nem as condições em que o autor é encontrado, o que não consigo definir com palavra melhor do que “chocante”. Mas por mais envolvente e intricada que tenha sido a investigação até esse ponto, a surpresa não foi total. Digo, ao invés de ficar esperando para ver se Owen será encontrado vivo ou morto você simplesmente espera que encontrem seu corpo logo.

O Bicho-da-Seda traz semelhanças notáveis com seu antecessor. Seja pelo ritmo da narrativa e investigação, pelas críticas, pelo fato de que inúmeros personagens são suspeitos em potencial ou até a forma como o título revela seu significado dentro da trama. Contudo, um grande diferencial em relação a O Chamado do Cuco, ao meu ver, é que a opinião que o leitor vai formando sobre os personagens com base no relato dos outros personagens não muda tanto. Owen Quine me pareceu um verdadeiro traste do início ao fim, pois mesmo que no final algumas verdades reveladas mostrem que os fatos não eram exatamente como mostrados no início não consigo ignorar algumas coisas que fez.

De qualquer forma a trama funciona muito bem. Andando sempre no ritmo mais adequado para cada passagem, as vezes mais rápido e as vezes mais lento. Mas preciso confessar que me vi mais envolvida por esse enredo embora não saiba especificar bem o porquê. Mesmo encontrando algumas partes morosas aqui também senti que essa história fluiu melhor, me instigou mais a continuar. Talvez seja apenas pelos capítulos terem ficados mais curtos, ao que me pareceu. Ou simplesmente porque o universo do mercado editorial usado como pano de fundo tenha me soado mais interessante. Mas a investigação também me soou mais curiosa, questionei mais sobre o quão relevante cada pista seria. E até Cormoran me pareceu mais cativante.

Falando nisso, a dupla investigativa mostrou mais uma vez porque deve ser acompanhada. É uma delícia ver Cormoran e Robin no trabalho, chegando a complementar o raciocínio um do outro em algumas ocasiões. Bem como o quanto se compreendem pessoalmente. E chegou a ser engraçado ver a moça tentando fazer seu chefe e seu noivo se entenderem. E se simpatizei mais com Cormoran dessa vez digo simplesmente que gosto cada vez mais de Robin. Com seu jeito prático e observador ela só prova que está realmente seguindo sua vocação. A admiro muito.

O final foi realmente surpreendente. Por mais que eu tenha suspeitado de praticamente todas as opções, a escolhida pelo autor era uma das últimas de minha lista. Tinha todas as minhas fichas em outra aposta, a que parecia mais razoável. E ainda assim tudo foi tão bem explicado que passei a me achar uma tola e fiquei com vontade reler na hora só para rever tudo por essa nova perspectiva.

Enfim digo que foi muito bom andar pelas ruas de Londres com Cormoran e Robin mais uma vez, seguindo pelas palavras de Galbraith/Rowling. É por esses dois e sua peculiar linha de investigação que me sinto instigada a continuar a série. Tanto na literatura quanto na TV, já que aparentemente a BBC irá fazer uma série baseada nos livros. E não sei quando sairá o terceiro livro, mas já aguardo ansiosamente.

10 comentários:

  1. Francielle Couto Santos10 de fevereiro de 2015 às 12:53

    Gabi, eu amo livros policiais!!! Estou realmente cogitando ler essa série... tá todo mundo falando super bem! E o mais legal é que não foi o livro inicial quesupreendeu... a continuação também parece ser um estouro. *O* MAIS LIVROS PARA A MINHA LISTAAAAAA. Hahahahah! Amei a resenha. E, SIM, LEIA MAIS LIVROS POLICIAIS. Teste Agatha Chrstie... você vai amar!!!

    Abraços,
    http://universoliterario.blogspot.com.br/

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  2. Oi Gabi!

    Eu acho que sinopses devem dar apenas uma noção para o leitor do que se trata o livro. Nesse caso em específico, para a minha sorte li a sinopse apenas quando a Rocco anunciou o lançamento, então na ocasião da leitura do livro já havia esquecido a maioria das informações, inclusive a morte de Quine. De qualquer forma, para mim uma das maiores expectativas não era o que havia acontecido com ele, mas sim o tipo de pessoa que ele era e achei genial que a vítima fosse uma pessoa com quem o leitor não simpatiza desde o início.

    Gosto muito das tramas dos livros da série e principalmente da construção dos personagens (tanto da dupla protagonista, quanto dos envolvidos com o crime). O ritmo, como você disse, é que deixa a desejar em alguns momentos, mas o desfecho compensa tudo, né? Eu também terminei encantada.

    Acho que a série e a dupla Cormoran-Robin promete muito.

    PS.: O mundo da policiais é irresistível, rsrs
    Beijos
    alemdacontracapa.blogspot.com

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  3. O meu "O chamado do Cuco" está paradinho na estante, acabei abandonando a leitura, mas depois da sua resenha fiquei com vontade de até conhecer esta outra obra! Pretendo dar uma segunda chance, apesar do ritmo do livro me desanimar um pouco...

    Eu odeio quando as sinopses dão informações demais e acabam tirando um pouco da graça, acho que elas devem conter apenas informações essenciais para despertar o nosso interesse e nos dar uma noção do que se trata. Já li vários livros onde a sinopse entregou demais, tenho até receio de ler a contracapa quando pego um novo livro pra ler, rs.

    Beijos,
    Caroline, do http://www.criticandoporai.com.br/

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  4. Oi, Gabi,
    Nossa, eu sou tão por fora de Harry Potter e afins que eu nem sabia que a autora tinha um pseudônimo! Ahauhauha Não li nenhum livro dela, mas acredito que tenho que dar uma chance, já que as críticas sempre são boas.
    Eu curto muito romances policiais e acho que vou ler O Chamado do Cuco, porque a sua resenha me fez ficar muito interessada tanto nele quanto na sequência ahuahah
    Ahh, e só pra falar sobre o que eu postei a respeito de aniversários... Eu concordo plenamente com vc no sentindo de não gostar de ser o centro das atenções. Eu tbm detesto, para ser sincera, tanto que nunca faço festas de aniversário. Mas estava me referindo a data em si, que muita gente não gosta por ficar mais velho... Isso eu acho bem nada a ver ><

    Beijão!!
    http://penny-lane-blog.blogspot.com.br/

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  5. GabrielaCeruttiZimmermann11 de fevereiro de 2015 às 17:59

    Acho que você realmente iria gostar dessa série, Fran. E não sei se foi a escolha do pano de fundo, como mencionei, mas esse segundo livro me surpreendeu e e me envolveu mais. Mas quando for ler te aviso para ter um pouco de paciência, pois existem trechos que parecem não progredir mas o final compensa tudo. Vou ler mais policiais sim. E como já viu, Agatha está na minha lista. ^^


    Abraços!

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  6. GabrielaCeruttiZimmermann11 de fevereiro de 2015 às 18:19

    Infelizmente, Mari, em um momento de bobeira fiz algo que não faço normalmente: Reler a sinopse antes começar o livro. Então no fundo é mais raiva de mim. [rs] Mas concordo com você, o mais interessante é descobrir como a vítima era.


    As tramas, os personagens e os desfechos dos livros estão realmente muito bem montados e superam qualquer momento de ritmo lento. Embora esse livro tenha me parecido mais ágil, senti que a leitura rendeu mais. Se continuar assim está ótimo. E que venha mais dessa série e sua dupla!


    Ah, não é de hoje que quero me aventurar mais pela literatura policial. [rs] Realmente quero me aprofundar nisso.


    Beijos!

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  7. GabrielaCeruttiZimmermann11 de fevereiro de 2015 às 18:23

    Fico feliz que minha resenha tenha te estimulado a retomar a série, Carol. O ritmo as vezes desanima um pouco mesmo, mas o desfecho compensa tudo.


    Abraços!

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  8. GabrielaCeruttiZimmermann11 de fevereiro de 2015 às 18:34

    Não sei porque, mas eu achava que você era fã de Harry Potter, Maiti. kkkkkkkkk Mas fico feliz que a resenha tenha te deixado interessada nessa série policial, realmente vale conferir. :)


    Ah, sim... Essa gente que não gosta de ficar mais velha me dá nos nervos também. Querem lutar contra a natureza? Tenho medo de envelhecer mal, sozinha e sem deixar nada. Mas de envelhecer por si não. Sendo autêntica, que diferença faz a idade da pessoa?


    Beijos!

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  9. Oi Gabi,

    Ah, fico muito feliz que você tenha curtido a leitura. Concordo com você quando diz que ele fluiu melhor. Para mim o enredo pareceu mais interessante, tanto pelo mundo editorial como pano de fundo, quanto pela dupla já conhecida nossa. Porém, aqui eu saquei quem era o assassino, hehehehe. Lembra quando ele foi entrevistar e tinha os cachorros e tal? E aí as entranhas sumiram e pimba, liguei uma coisa a outra. Descobri o assassino, mas não a motivação. Por ter sacado quem era, prefiro o primeiro. Ah, também estou ansioso pela sequência. A J.K. tem se mostrado bem ocupada, sonho com ele no final desse ano.

    Abraços!!!

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  10. GabrielaCeruttiZimmermann12 de fevereiro de 2015 às 18:02

    Assim, Jeferson, como mencionei, até desconfiei desse personagem por umas páginas que por outro motivo: o cocô de cachorro na caixa de correio. Quando revelou que outra pessoa que colocava descartei. [rs] E essa dupla não como não amar né? Sim, volta e meia J.K. diz que "Robert" precisa dela. ^^ Mas apesar de querer muito e logo o terceiro livro da série gostaria que ela publicasse algo com o próprio nome também.


    Abraço!

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