sexta-feira, 10 de abril de 2015

Better Call Saul – Balanço da 1ª Temporada


Um bom começo para um meio que já conhecemos.

O primeiro desafio de Better Call Saul na qualidade de spin off foi vencido: trilhar seu próprio caminho ao passo que continuou mantendo-se fiel ao público da série que lhe deu origem. A produção conquistou boa audiência e boas notas em sites especializados, ter 9,2 no IMDb não é pra qualquer um. Se servir como parâmetro, Breaking Bad possui 9,5 e The X-Files (pra quem não sabe, Vince Gilligan atuou como produtor executivo desta por 5 temporadas) possui 8,8. Mas claro, boas notas não vem sem um trabalho bem feito.

Em muitas ocasiões, com Jimmy batalhando para ser um advogado de sucesso e honesto, ficou difícil imaginar como se tornou o trambiqueiro Saul Goodman. Embora o fato de que toda vez que ele tentava fazer a coisa certa e alguém o impedia somado ao que ele já usava esse pseudônimo para dar golpes quando mais jovem fossem dando pistas sobre isso. Assim acompanhamos essa transformação do jeito que deveria ser. Lenta, sútil e com uma boa virada de jogo na hora certa.

Em paralelo à transformação de Jimmy, descobrimos mais sobre o passado de Mike. Em alguns momentos os dois fatores se mesclavam em sintonia, e as vezes o último até ganhou mais destaque. Todavia, Mike sempre foi um personagem muito interessante e tudo que sabíamos sobre ele até então vinha de relatos do mesmo ditos em Breaking Bad, sempre nos deixando mais curiosos a seu respeito. Então ver e descobrir mais sobre sua história foi mais que um sonho realizado. O 1x06 (Five-O) foi um episódio simples mas com uma profundidade soberba. Um pai que se sente culpado pela morte do filho... Não é à toa que se tornou um homem fechado e carrancudo. E tudo isso foi, aos poucos, ajudando a entender como Jimmy e Mike vieram a trabalhar juntos.



Mas voltemos a Jimmy, que é o fio principal dessa meada. Durante um bom tempo vimos Howard como o vilão da história, o advogado arrogante que jamais aceitaria o cara com diploma a distância como sócio e nem como concorrente à altura. Principalmente quando a HHM tomou o caso do irritante casal Kettleman e do asilo Sandpiper sem nem aceitar sua colaboração nesse segundo. E embora Chuck tenha parecido bastante suspeito ao se “arriscar” para fazer um ligação no meio da madrugada, não foi pequeno o choque de descobrir que ele estava por trás de tudo. Impossível não sentir as dores de Jimmy ao ouvir Chuck menosprezar e desvalorizar seus esforços para se tornar alguém melhor, sendo incapaz de mudar de ideia e se arrepender. Mesmo com Jimmy fazendo tudo por ele e sendo o único que levou a sério sua “doença”. Nem Caim faria algo tão grotesco.

Verdades ditas e esclarecidas, vimos Jimmy voltando a Illinois e tendo uma semana de arromba com seu antigo parceiro de golpes Marco. Isso fez de boa parte do season finale um episódio bom mas não excepcional. Foi legal e divertido ver os dois aplicando os mais variados golpes, mas até então nada parecia muito promissor. Mas então Marco morre durante o último golpe antes de Jimmy voltar para seus clientes, o que foi um balde de água fria em tanta animação. Como se nosso querido personagem não pudesse ser feliz por muito tempo. Exceto que sua querida amiga e aparente paixão platônica Kim liga dizendo que o caso Sandpiper ficou muito grande para a HHM, tiveram que pedir ajuda de outro escritório que estava interessado em Jimmy. Parecia sua salvação, e talvez pudesse ser mesmo.



Tudo ficou de repente muito bom e perfeito, e confesso que por dois ou três minutos só fiquei pensando o que daria errado e quem puxaria seu tapete dessa vez. Mas aí veio a grande virada! Prestes a agarrar essa nova chance, Jimmy parou um momento e pensou em tudo que passou até então. As oportunidades arrancadas, a traição do irmão, a morte do amigo... Então deu meia volta e questionou Mike de por que diabos não ficaram eles com o dinheiro que os Kettleman roubaram. E se Mike assumiu não ter feito isso porque foi contratado pra fazer um trabalho e cumpriu o acordo, Jimmy concluiu que sabia o que o tinha impedido e nunca iria deixar impedi-lo novamente. Assim nasce Saul Goodman.

Esperava que a transformação total viesse mais tarde, talvez até em consequência de um acontecimento trágico. Embora a morte de Marco, que certamente foi um grande fator contribuinte, talvez possa se encaixar nessa categoria. Mas fico satisfeita que tenha sido assim. A 1ª temporada foi boa, talvez não tenha tido tantas aparições surpresa quanto o esperado mas ao menos cumpriu seu papel. E a 2ª promete ser ainda melhor, com a construção do Saul Goodman que conhecemos. Mal posso esperar. Que venha mais Better Call Saul!

2 comentários:

  1. Gabi preciso dessa organização que você tem para assistir tantas séries kkkkkk
    Enfim, como de costume: não conhecia a série, porém pra ser sincero essa não me interessou muito. Talvez por eu não ter assistido aquelas que estão indiretamente ligadas a ela (pelo que entendi).
    Ótima crítica como sempre e espero a segunda temporada não te decepcione.


    Bjsss
    www.booksever.com.br

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  2. GabrielaCeruttiZimmermann12 de abril de 2015 às 16:02

    Agora que você falou, Filipe, acho que a coisa mais organizada da minha vida é o acompanhamento de séries. Porque de resto tá feio. [rs]
    Na verdade Better Call Saul só está ligada a Breaking Bad por ser spin off dela, acho que você perdeu o texto de primeiras impressões onde expliquei isso. Só mencionei The X-Files por causa do produtor. Mas pode ser vista de forma independente sem problema, embora naturalmente a maioria do público que atrai seja o da série mãe. Mas fico feliz que tenha gostado do texto.


    Beijos!

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