Nome:
O Desafio de Ferro
Série:
Magisterium
Autoras:
Holly Black, Cassandra Clare
Edição:
1/2014
Editora: Novo Conceito (selo #irado)
Páginas:
384
Sinopse: Amigos e
Inimigos. Perigo e Magia. Morte e Vida.
A maioria dos garotos faria qualquer coisa para
passar no Desafio de Ferro.
Callum Hunt não é um deles. Ele quer falhar.
Se for aprovado no Desafio de Ferro e admitido
no Magisterium, ele tem certeza de que isso só irá lhe trazer
coisas ruins. Assim, ele se esforça ao máximo para fazer o seu
pior... mas falha em seu plano de falhar.
Agora, o Magisterium espera por ele, um lugar
ao mesmo tempo incrível e sinistro, com laços sombrios que unem o
passado de Call e um caminho tortuoso até o seu futuro.
Magisterium: O Desafio de Ferro nasceu da
extraordinária imaginação das autoras best-sellers Holly Black e
Cassandra Clare. Um mergulho alucinante em um universo mágico e
inexplorado.
Comentários:
Quando
O Desafio de Ferro foi lançado gerou um grande burburinho,
creio que mais por suas autoras do que pela premissa em si. Holly
Black é conhecida por suas histórias de fantasia com toque sombrio,
Cassandra Clare é aclamada pelas séries Os Instrumentos Mortais
e As Peças Infernais. Tive contato apenas com a narrativa de
Black, através de um único conto que foi o suficiente para me fazer
querer mais. Vi nesse livro uma boa oportunidade para tal e de quebra
conhecer o trabalho de Clare. E quando o ganhei no blog Além da Contracapa eu estava feita.
Callun
Hunt, mais conhecido como Call, é um garoto aparentemente comum. Ele
tem certa dificuldade para caminhar devido a um problema na perna que
mesmo depois de inúmeras cirurgias não foi totalmente corrigido.
Mas isso não o impede de se meter em inúmeras encrencas. Está
sempre entrando em brigas e toda semana vai parar na diretoria. Mas o
que faz Call diferente dos outros é o fato dele ser um mago, filho
de magos. E agora, aos 12 anos, ele precisa fazer o Desafio de Ferro,
o teste para entrar mo Magisterium. A escola onde aprenderá a
controlar e usar seus poderes de forma devida. Exceto que seu pai,
Alastair, não quer que ele passe no teste.
Durante
toda a sua vida Call ouviu Alastair dizer que o Magisterium é um
lugar ruim, que quem vai para lá não tem outro destino se não a
morte. Sua mãe morreu por causa da escola, e por esse motivo a magia
é um assunto proibido dentro de casa. Desse modo, Alastair aconselha
Call a fazer de tudo para ser reprovado. Não seria difícil uma vez
que o menino nunca teve treinamento algum. Mas seu poder é tão
forte que mesmo indo mal em todas as provas ele é escolhido pelo
Mestre Rufus e apesar das súplicas do pai, e sem poder fugir, é
obrigado a ir para a escola.
Devo
dizer que inicialmente não vi muita diferença de outras séries
literárias sobre crianças que de repente descobrem um poder e
precisam ir a um lugar para aprender sobre ele, como Harry Potter e
Percy Jackson. Talvez as primeiras diferenças a serem notadas é que
Call soube muito tempo antes o que ele era, e que apesar de
maravilhado com o que vê no Magisterium ele não consegue esquecer
as palavras de Alastair e volta e meia pensa em fugir. Pensamentos
que ganham força toda vez que alguém o trata mal, seja por causa do
seu próprio comportamento indisciplinado ou pelo desespero de seu
pai no dia do teste que deixou uma má impressão em todos. Mas no
decorrer da trama vão surgindo diferenciais realmente notáveis.
Principalmente quando surgem grandes revelações sobre a guerra, a
morte da mãe de Call e o verdadeiro motivo pelo qual seu pai não
queria que ele fosse para o Magisterium.
Como
não poderia deixar de ser, o menino também faz amigos. Os primeiros
de sua vida. Em especial os outros aprendizes escolhidos pelo Mestre
Rufus, Aaron e Tamara. Essas duas crianças representam dois
estremos. Aaron é um garoto sem família que cresceu em vários
lares adotivos e quando descobriu seus poderes se esforçou ao máximo
para passar nos testes, pois viu no Magisterium a oportunidade de ter
um lar de verdade. Já Tamara vem de uma família importante, sendo
seus pais membros do Conselho. Para ela a simples hipótese de não
ser escolhida significaria virar uma decepção para a família.
Todavia, inicialmente Call se sente estranho junto a dois colegas tão
esforçados. O que fez a amizade surgir aos poucos. Mas o legal é
que Aaron e Tamara também tem destinos promissores, o que faz com
que não fiquem apenas na função de “amigos ajudantes”. Na
verdade, deu até a entender que surgirão circunstâncias que
colocarão essa amizade a prova.
O
livro é narrado na terceira pessoa pelo ponto de vista de Call, com
exceção do prólogo sob a perspectiva de Alastair ainda durante a
guerra. Os capítulos são medianos e no início de cada um
encontra-se uma ilustração de Scott Fischer, também responsável
pela arte da capa, que representa um elemento importante para os
acontecimentos que seguem. A trama tem um tom bem sombrio em diversas
partes, principalmente no final. Mas também existem trechos mais
leves e muitos personagens tem um humor sarcástico, o que faz um
balanço interessante. Gostei de ver a abordagem da magia através do
controle dos elementos e de como a história se desenvolve ao redor
disso. Minha única ressalva seria que em alguns momentos fica
difícil se envolver com os personagens, criar empatia com eles. O
que se torna complicado em um primeiro volume. No mais, é uma
leitura bem agradável.
Com
reviravoltas surpreendentes que chegam a tornar aspectos inicialmente
sem importância em algo fundamental, O Desafio de Ferro é um
livro bem interessante. Pode não ser o começo perfeito para uma
série, mas é instigante o suficiente para dar vontade de conferir o
próximo. O segundo volume de Magisterium, A Luva de Cobre,
já foi publicado aqui no Brasil só que pela Galera Record.
Pretendo conferir logo como essa trama se desenrola, pois o
cliffhager deixou vários pontos de interrogação.