Uma
temporada de ganhos e perdas.
E depois
de um mês do fim da temporada finalmente venho com o balanço.
Desculpa gente, mas não está fácil. A questão é que como quero
fazer textos bastante completos pra compensar o fato de não fazer
reviews dos episódios, acabo levando mais tempo que o normal para
compactar o que realmente importa de forma coerente. E talvez o fato
de eu escrever reviews de Hawaii Five-0 para o Canal deSéries e Hawaii Five-0 Brasil torne isso ainda mais
difícil aqui, visto que tenho muitos detalhes em mente. Mas vamos
lá.
Numa
visão geral, a 4ª temporada foi muito boa. Apesar de não ter sido
tudo aquilo que prometeu na estreia, teve mais momentos bons que
ruins. Não justificando boa parte dos comentários negativos feitos
por fãs. Muita gente criticou o plot de Kono e Adam fugindo pelo
Japão. Levando em conta que foi um plot criado de improviso para
justificar a ausência da personagem enquanto Grace Park estava na
licença maternidade, achei até bom. Sem falar que só provou ainda
mais a valentia da nossa guerreira havaiana. Como esquecer Kono
derrubando quatro caras de uma vez enquanto donzela-chamada-Adam
ficou lá parado feito um dois de paus? Quero ser que nem a Kono
quando crescer. (Lembrando que adoro o Adam, mas esperava mais de um
herdeiro da Yakuza.) Felizmente voltaram pra casa no meio da
temporada e Kono retornou ao lugar que pertence na Five-0. Até
porque o breve relance de Kono aos 16 anos que vimos no flashback
prova que o destino dela era ser policial. E recentemente descobrimos
a possibilidade de um casamento vindo aí. Só quero ver as piadinhas
do Danno... E claro, Kamekona se desmanchando na cerimônia como no
casamento do Chin.
Chin
esteve mais participativo que nunca, e não só durante a ausência
da prima. Foi ele quem apresentou Jerry para a equipe, o que além de
encher os saudosos fãs de Lost de nostalgia por ver Daniel
Dae Kim e Jorge Garcia trabalhando juntos novamente agregou muito à
série com casos envolvendo conspirações. (I love it!) E com ele
foi ao reencontro da turma do High School. Ainda tivemos a prova de
que definitivamente o Natal não é uma boa época pra Chin. Mas se
algum dia eu tiver que escolher alguém pra ficar presa no porão de
um psicopata, esse alguém seria Chin Ho Kelly. Também teve que
enfrentar a reabertura da investigação sobre a morte de seu pai.
Isso foi bom tanto pelos flashbacks mostrando o tempo em que Chin foi
parceiro de John e todo o conflito com o irmão de Malia quanto pelo
interrogatório feito por um inspetor cínico interpretado por Robert
Kenepper. E ainda viu um de seus antigos pupilos da Academia morto,
assassinado a sangue frio. Mas nem tudo foi terrível, e Chin
finalmente pode dar uma nova chance ao amor. Esperamos que consiga
ser tão feliz com Leilani quanto foi com Malia. Ah sim, não vamos
esquecer que Chin Ho deu 110% de si aprendendo a cuidar de um bebê.
Pra tudo tem uma primeira vez na vida.
E meu
surtado favorito Danno continua... Bem, surtando. Entre o fim do
namoro com Gabby, o trote de papel higiênico na sua árvore feito
pela própria Grace, sua mãe querendo se divorciar de seu pai e o
constrangedor momento em que Grace conheceu sua nova namorada Amber é
difícil saber o que fez Danno pirar mais. Saiu do sério por milhões
de motivos mais, mas esses foram os principais. E claro que a melhor
forma de aliviar o stress é tentando estressar Steve, porque não
era uma boa Cath trabalhar com o ex e Doris teve que forjar a própria
morte pra se livrar de John ao invés de se divorciar como um ser
humano normal entre outras coisas. Se bem que descobrimos ter algo
mais profundo por trás de todo o drama, algo com o qual até me
identifiquei um pouco. Mas apesar de tudo isso, de ter servido de
refém mais algumas vezes e descobrir que Grace anda seguindo as leis
da Omertà quando se envolveu em uma briga na escola, teve com a
filha um momento bonitinho no Natal. A caixinha que encontraram na
praia levou Danno e Grace numa viagem ao Japão para devolver a um
pai a única lembrança da família que morreu no tsunami de 2011.
Também quase morreu na explosão de um prédio, mas isso é assunto
pra depois. Só sei que com algumas coisas que Danno passou, talvez
pare de reclamar tanto. (Mas tomara que não, porquê é muito
divertido.)
Steve
ainda é aquele neandertal que pula em helicópteros decolando e
coisas do tipo. Mas dentro do homem das cavernas bate um coração de
homo sapiens, e como sofreu nessa temporada! Foi refém três vezes,
teve que dar a um grupo de terroristas o que queriam pra poder salvar
Cath e de quebra ganhou a antipatia de Grover, suspeitou que Lorde
Fat fosse seu irmão (graças a Deus não é), teve que lidar com o
fato que a querida Tia Deb tem um câncer terminal e ele nada pode
fazer a respeito, foi torturado por um grupo talibã e por aí vai.
Steve tinha ganho um novo rival, o Capitão da SWAT Lou Grover. Mas
depois que o Governador Denning mandou que trabalhassem juntos por um
dia os dois aprenderam a lidar com as diferenças e hoje se adoram,
assim como nós adoramos essa nova dupla. Tanto que depois que no
season finale quando Grover foi expulso da SWAT já foi recrutado pra
Five-0. Mas estou falando de Steve aqui. O que mais me dói é que
agora que ele parecia começar a de fato derrubar as barreiras para
talvez dar os próximos passos no relacionamento com Cath, separam os
dois. Isso pouco antes de descobrir que Doris foi visitar Lorde Fat
duas vezes nesse último ano desaparecida mas não procurou Steve nem
Mary uma única vez. Sabemos que Steve tem ótimos amigos que dariam
a vida por ele e visse versa e Jerry não se importaria em voltar a
ser seu colega de quarto, mas e a família? Parece que todos morrem
ou vão embora, quanto tempo vai levar pro Steve ficar louco? (Sim,
segundo Danno o Steve já é louco. Mas quero dizer louco mesmo.) E
arranjar encrenca com a CIA por causa das últimas descobertas não
vai ajudar.
O que não
entendo é o que fizeram com Cath, apesar de saber os motivos. No
início estava tudo bem e a personagem ia crescendo. Ela tinha
prometido a Kono que cuidaria dos rapazes e era o que estava fazendo.
Saiu da Marinha pra entrar na segurança privada ao lado de seu
ex-namorado Billy pra logo em seguida vê-lo morrer tragicamente.
Desempregada, Cath resolveu ajudar Kono e Adam e começou
investigações por conta própria com direito a momento Alias
e em seguida foi recrutada pra Five-0. Depois disso infelizmente
parece que a coisa começou a desandar. O namoro de Cath e Steve
estava indo tão bem, tão bonito de se ver, e de repente... puff!
Depois que Cath virou uma Five-0 parece que os dois nem se olhavam
direito. Então veio a notícia que Michelle Borth sairia do elenco.
Eu esperava pelo menos uma despedida gloriosa, mas apesar da bonita
história de confiança entre Cath e a família Khan tivemos um plot
que não justifica uma saída muito longa e muito menos definitiva.
Isso deveria ser bom, mas já deixaram claro que Cath não voltará
pro elenco fixo. Mas se voltar com participações como nas duas
primeiras temporadas já me dou por satisfeita. O que não posso
aceitar é o fim do relacionamento de Steve e Cath, não quando
finalmente disseram que se amam. Triste mesmo é saber que a saída
da personagem ocorreu porque algumas “fãs” tem ciúme do Steve.
Alguns
casos foram meio non sense, outros no entanto foram maravilhosos.
Tivemos dois casos de conspiração, uma histórica envolvendo os
anéis da família Medici e a estátua do Rei Kamehameha I e uma
política envolvendo em satélite chinês de espionagem. Ambos
contaram com a colaboração do já citado Jerry que agregou muito a
série e na próxima temporada será fixo. Se for pra fazer coisas
como descobrir que a Champ Box é rosa escuro ao invés de
vermelho veludo e chamar Danno de “Scully” já está ótimo.
Também tivemos: um Texas Ranger tentando resgatar a filha; um
cientista que pretendia corrigir jovens infratores realizando
operações cerebrais; um jovem hacker interpretado por Nick Jonas
que foi capaz de invadir o sistema aéreo e ameaçou derrubar um
avião com mais de 300 passageiros e que voltou no fim da temporada
sequestrando a filha de Grover; um homem que matou a esposa e o
amante dela e escondeu os corpos na parede como em um conto de Edgar
Alan Poe; um episódio montado por fãs que trouxe um caso de
questões mal resolvidas; uma jovem sociopata que seduziu e enganou
um rapaz para matar o pai; um ex-presidiário fugitivo que sequestrou
Steve e Danno pois foi a única forma que encontrou de provar sua
inocência à filha e um grupo de jovens convertidos treinados para
serem terroristas. Mas sem dúvida o melhor e mais emocionante foi o
caso em homenagem ao veteranos de Pearl Harbor. Um episódio tão bom
que acabou sendo uma bela história de honra e perdão, e ainda
trouxe uma pequena revelação sobre o avô de Steve.
Me
perdoem, mas preciso de um paragrafo só pra falar sobre o momento
Three Men and a Baby. Primeiro que Mary adotando
um bebê já é um fato inusitado por si só, mas ver Steve, Danno e
Chin se revezando para cuidar da pequena Joan enquanto Mary se
recuperava da salmonela foi impagável! Queria mais momentos desse.
Chin que não sabia nem como segurar um bebê e ainda acabou levando
uma golfada, Steve que até tentou ser indiferente mas acabou se
mostrando um tio coruja e Danno que era o único com experiência no
assunto e até contou uma adorável história sobre um Príncipe
Encantado muito lindo e um ogro muito malvado que não o deixava
montar seu próprio cavalo (Once Upon a Time in Hawaii). O
irônico é que os dois que não tinham jeito com criança eram até
então os únicos pais na vida real. A verdade é que não teve cena
com Joan que não tenhamos amado. Seria ótimo se Mary aparecesse
mais (claro, quando Taryn Manning não estiver trabalhando em Orange
is the New Black) e deixasse a pequena Joan aos cuidados do irmão
e seus amigos para nossa alegria.
Preciso
também de um paragrafo exclusivo também pra falar do bromance
McDanno. Tivemos um breve momento em que os dois partilharam poucas
cenas, mas felizmente durou pouco. Houve trocas de conselhos (bons ou
não), momentos em que pareciam dois moleques (“Não
quero mais ser teu amigo!”), alfinetadas (“Por que
não pergunta à Doris onde Wo Fat está?”) e por aí vai.
Vimos Danno azucrinando Steve dizendo que era uma péssima ideia
permitir que Cath trabalhasse com Billy e Steve tentando fugir do
fogo cruzado entre mãe e filho Williams. Mas tivemos boas overdoses
de McDanno quando ambos foram sequestrados e foram juntos ao Camboja
investigar o misterioso túmulo. Também
foram técnicos do time mirim de basebol patrocinado por Kamekona
onde Grace joga, e rival do time de Cath. Todavia, nada disso foi páreo para
os escombros do prédio em que ficaram presos. O tipo de situação
que você sabe que vai acabar bem, mas, até lá, você sofre. Ainda
mais porque por um tempo achamos que a revelação de que Danno tem
claustrofobia seria apenas pra comentários engraçados. Os dois se
xingaram, se ajudaram, e foi ótimo ver isso tudo. Tenso foi
descobrir que a explosão foi uma tentativa de acabar com a Five-0 e
impedir Steve de continuar com suas perguntas. O que seria motivo
suficiente pro Danno “odiá-lo” ainda mais, já que foi a causa
de precisar de fisioterapia. Mas depois de irem até o Centro Médico
de Veteranos em San Diego comunicar ao Sargento Kirk que os
responsáveis pelo incidente de seu pelotão foram presos, o próprio
Danno pediu a Steve que lhe batesse forte na cabeça caso reclamasse
da fisioterapia de novo. E além de tudo foi uma cena emocionante.
Embora
tenha adorado a temporada, não pude deixar de ficar um tanto
decepcionada com o season finale. Foi um bom episódio, aprendemos a
amar Grover e todas as implicações que ele e Steve tem um com o
outro (ainda tento descobrir que gosto teria um peixe suicida) então
foi bom ter um drama envolvendo o personagem. Também teve referência
aos Beatles e direito a um daqueles épicos momentos fuck yeah da
equipe, mas não teve nada de bombástico pra um season finale. E
olha que Hawaii Five-0 foi mestre nesse quesito nas temporadas
anteriores. Mas o que aconteceu aqui eu não sei. Se fosse penúltimo
da temporada teria sido perfeito, pois vimos Lorde Fat detonando tudo
pra fugir da prisão e então ficaríamos ansiosos pra ver na semana
seguinte o que quer com Steve e aí sim teríamos a bomba para a
próxima temporada. Mas não foi a escolha da produção. Pelo menos
podemos esperar pelo novo encontro de Lorde Fat e Steve. E com a
descoberta de que Pappa Fat está vivo provavelmente teremos uma bela
caçada.
Encerro
pedindo um minuto de silêncio em memória do Camaro Prata. Ele que
serviu bravamente em tantas perseguições e foi berço de tantos
carguments teve um fim trágico, porém honroso, em batalha. O Camaro
Preto ocupou dignamente seu posto, mas nunca esqueceremos o Camaro
Prata. E uma saudação ao Computador, que esteve por um fio mas se
recuperou como um valente soldado e hoje está ainda melhor.