sábado, 19 de abril de 2014

Once Upon a Time in Wonderland – Balanço da 1ª e única temporada


E a série entrou pela toca do coelho. (Vulgo buraco.)

No cenário da TV atual onde a criatividade tirou férias sem vencimento e spin-offs surgem a torto e direito até o que parecia justificado foi fadado ao fracasso. Digo justificável pois os 40min semanais de Once Upon a Time não estavam sendo o suficiente para abordar os vastos universos dos contos de fadas, então um spin-off poderia auxiliar a trama. Como o Chapeleiro Maluco e a Rainha de Copas já tinham aparecido na série mãe, o País das Maravilhas parecia o lugar ideal para uma trama secundária. Mas não foi bem o que aconteceu em boa parte do tempo.

Ok, Once Upon a Time deu uma vacilada e tanto na 2ª temporada levando muitos espectadores a desistirem. Mas atualmente parece ter reencontrado o seu rumo e não podemos negar que a série teve um início magnífico e é repleta de atores excelentes. Em Once Upon a Time in Wonderland foi bem diferente. O início foi muito meia-boca e melhorou só na segunda metade da temporada, assim como a atuação de boa parte do elenco. Aliviando assim um pouco do peso sobre os ombros de Michael Socha, já que o Valete de Copas segurava a série sozinho.

No post de primeiras impressões reclamei da ausência de um vilão competente. De fato comecei gostar mais da Rainha Vermelha quando foi revelado que ela era Anastasia, a mulher que partira o coração d Valete Will, e passou a ser um tipo de anti-heroína. Emma Rigby fica melhor de mocinha irônica do que vilã. A infância de Jafar mostrada nos flashbacks foi comovente e até um tanto perturbadora, levando a entender os atos do personagem. Infelizmente não ajudou em nada na atuação de Naveen Andrews, que depois do fim de Lost pareceu resolver adotar uma postura de galã de Bollywood e esquecer a atuação nível Sayid Jarrah. Triste. OUATW só ganhou uma vilã decente com a entrada da Jaguadarte, que com um misto de frieza e loucura explícitos nas insanas expressões faciais de Peta Sargeant tinha tudo para conduzir uma reviravolta e tanto. Infelizmente tudo acabou antes que Jaguadarte pudesse mesmo enganar Jafar.

Os flashbacks podem ter justificado os atos de Jafar mas não do pai dele, que parecia ser o misto de dois personagens totalmente diferentes. Como um homem que tentou matar o próprio filho e diz que seu único erro foi não segurá-lo mais tempo embaixo d'água pode ser o mesmo que entende tudo sobre amor e ajuda um jovem rapaz a encontrar sua amada? Pra mim isso é incompatível. Se ele se arrependesse de ter colocado o filho bastardo como servo ao invés de acolhê-lo seria uma coisa, mostraria que a experiência de vida fez o Sultão ver que muitos dos antigos costumes estavam errados, mas do jeito que foi não. Contraria totalmente a filosofia “o mal não nasce, é feito” mostrada na série mãe.


De início achava os protagonistas Alice e Cyrus um tanto sem sal. E não gostar da Alice é algo completamente perturbador. Mas algo aconteceu da metade em diante e passei a gostar deles. Não são aqueles mocinhos bobinhos, cometeram erros. Alice desejou matar a Rainha Vermelha. Cyrus foi o responsável pela maldição que transformou ele e os irmãos em gênios. E a história dos dois foi tão bonitinha que no fim das contas apenas fiquei feliz por conseguirem ficar juntos e ter seu próprio “e viveram felizes para sempre”. Clichê, mas o que vocês queriam de um conto de fadas?

OUATW acabou prematuramente mas conseguiu ter um final fechado e legal. O triste é que a série começou a melhorar quando já era um caso perdido. Embora minha frustração maior tenha sido o fim da história de Jafar sem que Aladdin e Jasmim dessem as caras. Espero pra ver os dois desde que revelaram que o personagem de Giancarlo Esposito em OUAT era um gênio antes de ser o Espelho Mágico de Regina. Todavia, a boa notícia é que os produtores vão tentar introduzir alguns personagens na série mãe. O Valete Will já é quase certo, o que faz sentido pois pra início de conversa ele já estava em Storybrooke. Nesse caso creio que Anastasia vá também, uma vez que os dois se tornaram o Rei e a Rainha Brancos. Gostaria que Jaguadarte também fosse e virasse companheira de vilania da Wicked Witch. Uma pena que a Feiticeira Amara que foi tão lindamente interpretada por Zuleikha Robinson esteja fora de questão, já que ela já fez seu sacrifício final.

Não pensem agora que a ABC desistiu de fazer um spin-off de Once Upon a Time, a série é um dos maiores sucessos da emissora e não querem perder nenhuma oportunidade de faturar mais com ela. Os produtores já estão estudando novas possibilidades, a questão é qual será o universo escolhido. Terra do Nunca? Oz? Agrabah? Camelot? Possibilidades não faltam, só espero que a próxima tentativa dê certo de verdade. De qualquer forma existe o fato de que as histórias no País das Maravilhas ainda não acabaram e provavelmente ainda veremos esse universo na série mãe. E ainda existe uma questão: Por onde anda o lindo do Chapeleiro Maluco?

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