terça-feira, 12 de agosto de 2014

Dominion – Balanço da 1ª temporada


A guerra só começou.

E chegou ao fim a primeira etapa de uma das maiores surpresas que tive esse ano. E acabou do melhor jeito possível. Cheio de surpresas e revelações, muitas reviravoltas e criando grandes expectativas para o próximo ano. Nem tudo foram flores, é claro. Mas em uma visão geral o resultado foi bastante satisfatório.

Não nego que não consegui simpatizar totalmente com Alex. Sei que no texto de primeiras impressões me rasguei em elogios a ele, mas a forma como não aceitava sua condição de Escolhido por vezes me irritava. Por mais que compreendesse a situação de Alex e ame muitos personagens com dilemas parecidos, as reações dele me chatearam. Olivia (Fringe), Sydney (Alias), Scofield (Prison Break) e até mesmo Chuck (Chuck) iam à luta para talvez um dia ter a vida normal que desejavam ao invés de ficar de mimimi. Mas finalmente tomou uma atitude e se tornou um herói digno para a próxima temporada.


Algo que gostei bastante foi a ambiguidade presente em todos os personagens. Até os mocinhos tem algo obscuro a esconder ou são capazes de algum ato de frieza. E o vilões também tem algo de bom, mesmo que tenha sido um pequeno momento de compaixão em um passado muito distante. Um bom exemplo é Claire, que mesmo sendo a mocinha salvadora teve instantes de justiceira maquiavélica. Melhores exemplos ainda foram David e William, mesmo não sendo flores que se cheirem, as atitudes de pai e filho foram compreensíveis. Mesmo considerando William chato e estranho pude entender suas escolhas.

Cada episódio veio com revelações e reviravoltas. E cada episódio mudava quase que por completo minhas opiniões e expectativas sobre os fatos. Se numa semana achava alguém o máximo e torcia por ele, na outra semana já não achava mais. O oposto também acontecia. Isso aconteceu muito (embora não de forma tão drástica) em respeito aos arcanjos Miguel, Gabriel e Uriel. Achei muito legal mostrar que os dois primeiros já estiveram em posições opostas, na época do dilúvio da arca de Noé. Achei interessante a forma como abordaram a história bíblica, como se ela tivesse sido retratada de forma metafórica e não literal nas Escrituras.


Já que comecei a ver Dominion por causa de Alan Dale, sinto-me obrigada a falar sobre o personagem dele. Se de início o considerei um cara do bem, minha opinião mudou um bocado ao longo da trama. Mas não totalmente. Continuo vendo-o como um líder que quer o melhor para o seu povo, e infelizmente muitas vezes isso implica em tomar atitudes difíceis e até repulsivas. Mas foram algumas de suas atitudes como pai/homem/pessoa que mais me causaram estranhamento. Foram compreensíveis, mas ainda assim um choque. Isso porque foram muito humanas, mas foi isso o que mais gostei nos personagens.

Apesar de algumas titubeadas no ritmo e enredo aqui e ali gostei muito de modo geral. Me agradou principalmente a forma como a série leva a reflexões, mesmo que de forma sutil, sobre o que estamos fazendo. Esperamos por intervenção divina, salvação ou danação, mas o que fazemos com o mundo que vivemos? Como tratamos o outro? Como reagimos ao que acontece? Como avaliamos os governantes? Me vi pensando em tudo isso e muitas outras coisas. E creio que a próxima temporada será ainda melhor.


Média: 8.94

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