Uma reles
adaptação de uma grande obra.
Depois
das mudanças de layout e de planos, finalmente estou aqui para falar
da adaptação do romance de J. K. Rowlling Morte Súbita. A
minissérie de três episódios, exibidos entre 15 de Fevereiro e 1º
de Março deste ano, trouxe para as telas os dramas e conflitos do
distrito fictício de Pagford mostrados no livro que já foi
resenhado aqui no CV. Tive uma relação de amor e ódio com a
obra original, mas ela causa um impacto tão grande no leitor ao
botar o dedo na ferida que esperava algo parecido de sua versão
audiovisual. E é com pesar que pela primeira vez não venho falar
positivamente de uma minissérie.
Não
assisti com a intenção de comparar com o livro e nem pretendo fazer
isso nesse texto, embora possa ser inevitável em alguns momentos.
Sabia que alguns fatos precisariam ser omitidos para se encaixar no
tempo da produção e outros alterados de modo que ficassem melhor na
tela. Pouco antes da estreia soube que até o final havia sido mudado
com a autorização da autora, pois o original poderia desanimar os
telespectadores. Talvez fosse um erro de minha parte esperar um
desfecho totalmente diferente, algo que ao mesmo tempo queria e temia
pois ele me deixa triste e causa diversas reflexões. Mas a verdade é
que o meio também me decepcionou.
Nem tudo
foi um erro total. Fazer mistério sobre a identidade do “Fantasma
de Barry Fairbrother” em um primeiro momento foi uma boa jogada,
assim como usar o ator que interpretou Barry para ler as mensagens. A
cenografia e a caracterização (com algumas exceções) ficaram
ótimas e fiéis ao livro, disso não se pode reclamar. O elenco é
razoável e creio que acertaram em omitir o personagem de Matt, uma
vez que ele não acrescentava muita coisa. (Também foi
benéfico o corte na quantidade de palavrões.) Ainda assim,
tenho a impressão que um dos grandes problemas (possivelmente o
maior) foi ter um elenco grande demais em um produção de três
horas. Faltou tempo para explorar melhor alguns personagens e seus
problemas, fatos que originalmente provocam choque e reflexão.
The
Casual Vacancy é um livro de críticas à sociedade. Mostrando
que uma cidade pequena não é tão idílica quanto alguns pensam,
que aparentes vidas pacíficas escondem sérios problemas. Como as
diversidades sociais são vistas e tratadas de forma particular por
cada um. E faz isso provocando o leitor, forçando-o a rever seu
conceitos. Mas com tantas omissões, a minissérie fez isso de forma
apenas superficial. Se lendo eu me remoí, refleti e até lacrimejei
com o final, assistindo o máximo que fiz foi morder os lábios. As
vezes de tédio.
Não
gosto de condenar totalmente uma adaptação, desde que faça jus ao
original. The Casual Vacancy poderia se sobrepor ao livro, mas
ao tratar a trama de forma lenta e superficial corre até o risco de
ficar marcada como uma produção que afasta leitores em potencial.
Recomendo o livro, mas não a minissérie.
Oi Gabi,
ResponderExcluirDepois que assisti a minissérie Great Expectations, fiquei traumatizado com a BBC. O livro do Dickens é fantástico, mas a adaptação ficou mto fraca e foram exatamente os mesmos problemas que vc notou na adaptação de Morte Súbita.
Sinceramente nao sei se o problema é a BBC que não sabe fazer boas adaptações ou se é por ser uma minissérie, com apenas 3 eps.
Abraço,
Alê
www.alemdacontracapa.blogspot.com
Gabi, sinceramente não tive interesse nem pelo livro, embora tenha lido comentários muito positivos. E pra quem leu e curtiu, é impossível não fazer certas comparações... uma pena no seu caso a impressão não tenha sido positiva. Enfim, pelo visto também não irei assistir...
ResponderExcluirBeijos,
http://universoliterario.blogspot.com.br/
Oi Gabi!
ResponderExcluirPuxa...quando a minisérie foi anunciada, pensei: "É agora que eu tomo vergonha na cara e leio esse livro" rsrs. Não foi o que aconteceu. Mas se seus comentários sobre a adaptação não me estimularam a assisti-la, certamente me deixaram ainda mais empolgada em ler o livro. Tenho que fazer isso ainda esse ano!
Beijos,
alemdacontracapa.blogspot.com
Olha Alê, tá aí uma grande questão. Pode ser que o problema seja por serem minisséries de três episódios mesmo, pois gosto das séries da BBC adaptadas de Sherlock Holmes e Os Três Mosqueteiros. Apesar de que estão mais para releituras, e a 2ª temporada dessa última foi meio morna. Mas é triste ver tramas intensas tratados dessa forma.
ResponderExcluirAbraço!
Então, Fran, já tive uma experiência difícil com o livro... Não é uma leitura exatamente agradável mas essa nem a intenção da obra, que serve pra provocar e faz isso muito bem. Só que até cair a ficha sobre isso se vai metade do livro. Ele é muito bom pra quem estuda/trabalha na área de humanas, indiquei pra uma amiga que cursa Assistência Social e ela disse que realmente tem questões pra refletir. Mas a minissérie... Essa foi um espetáculo de tédio e superficialidade. Não recomendo mesmo, Fran.
ResponderExcluirBeijos!
Fiquei chateada e decepcionada, Filipe. Esperava algo provocativo mas o que vi foi superficial e tedioso. Vou esperar por sua opinião.
ResponderExcluirAbraços!
Então, Jeferson... Pode ser porque normalmente tenho preferência por comentar o que gostei e recomendo, mas nem sempre dá fugir de criticar né? Achei a minissérie bem superficial, ainda mais levando em conta a profundidade do livro. Mas quando assistir me diga o que achou.
ResponderExcluirAbraços!
Bom Mari, fico feliz que meus comentários pelo menos serviram pra te animar mais com o livro. [rs] Não é exatamente uma leitura agradável, mas nem é a intenção da obra que serve pra provocar e faz isso muito bem. Só me dei conta disso lá pela metade do livro, mas foi aí que realmente pude aproveitá-lo. Agora vou ficar esperando por sua resenha. :)
ResponderExcluirBeijos!