quarta-feira, 24 de junho de 2015

[Resenha] Invisível

Título: Invisível
Autor: David Levithan e Andrea Cremer
Ano: 2014
Editora: Galera Record
Páginas: 322

Sinopse: Stephen passou a vida do lado de fora, olhando para dentro. Amaldiçoado desde o nascimento, ele é invisível. Não apenas para si mesmo, mas para todos. Não sabe como é seu próprio rosto. Ele vaga por Nova York, em um esforço contínuo para não desaparecer completamente. Mas um milagre acontece, e ele se chama Elizabeth. 

Recém-chegada à cidade, a garota procura exatamente o que Stephen mais odeia. A possibilidade de passar despercebida, depois de sofrer com a rejeição dos amigos à orientação sexual do irmão. Perdida em pensamentos, Elizabeth não entende por que seu vizinho de apartamento não mexe um dedo quando ela derruba uma sacola de compras no chão. E Stephen não acredita no que está acontecendo... Ela o vê! 




Também concordo que "não se julga um livro pela capa", mas confesso que por vezes escolho livros pela capa, pelo título ou (por que não?) pelo cheiro. Com Invisível foi assim.

Quando li a contracapa deste livro em um dos meus passeios por livrarias, não criei tanta expectativa e fiquei com a impressão de que seria uma leitura bastante metafórica. É o que você espera do título Invisível, tanto quanto de A Culpa é das Estrelas, quando na verdade não existe realmente uma estrela sendo julgada em um tribunal. 

Para quem ficou curioso, esses são os dizeres da contracapa:

"A solidão vem da ideia de que você pode estar envolvido no mundo, mas não está. Ser invisível é ser solitário sem o potencial de ser outra coisa além de solitário. Por isso, depois de um tempo, você se retira do mundo. É como se estivesse num teatro, sozinho na plateia, e tudo mais estivesse acontecendo no palco."

Já de início vem à tona o significado do título do livro e nada pode ser mais impactante para as primeiras páginas. Stephen é um menino invisível e órfão de mãe que por livre e espontânea pressão aprendeu a conviver com toda sua invisibilidade estampada em sua própria invisibilidade. Elizabeth, a nova vizinha de Stephen, também carrega uma certa invisibilidade, mas - agora sim - no sentido metafórico. Na garra e instinto de proteger seu irmão, Laurie, da homofobia alheia, acabou por afastar-se dos amigos e fechar-se para um mundo onde basicamente lia gibis e passava o tempo desenhando. 

O primeiro ponto alto da história é quando Stephen e Elizabeth encontram-se pela primeira vez e ele percebe que ela consegue enxergá-lo, a propósito, o único ser que obtém este "milagre". A partir deste instante, a percepção de vida muda completamente para Stephen e, em seguida, para Elizabeth.

Até então o único fato fora do normal no livro é a invisibilidade, mas logo abre-se um leque de magias e (não posso deixar de citar) as referências de Harry Potter tornam ainda mais interessante o enredo de mistérios. Confesso que saltar de uma leitura "quase-realista" para "quase-Hogwarts" causa uma certa aflição e, por algum momento, achei que pudesse prejudicar a minha forma de assimilar o conteúdo. Porém o carisma dos personagens e o espanto deles em também estar descobrindo um novo mundo só ajudam qualquer leitor a querer entrar na história. 

Invisível é, acima de tudo, um livro sobre sentimentos. Sobre amor e, sinto dizer, sobre tristeza. A cada capítulo um personagem narra os acontecimentos sob um ponto de vista diferente, e saber dos pensamentos mais profundos de cada um os faz extremamente afetuosos.

“- Como as maldições funcionam?
– Plantão de notícias – diz ele. – Eu sou gay, não um feiticeiro. Quem é gay e feiticeiro é Dumbledore, e, da última vez que verifiquei, ele ainda era só um personagem de livro.”

2 comentários:

  1. GabrielaCeruttiZimmermann24 de junho de 2015 às 18:28

    Marina, já te disse que quero muito ler esse livro e agora quero ainda mais. Li um conto do Levithan e a delicadeza dele para tratar assuntos complicados é maravilhosa. Ótima resenha.


    Beijos!

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  2. Francielle Couto Santos17 de julho de 2015 às 11:29

    Marina, gostei bastante da sua resenha. Andei pensando se acrescentaria este livro na minha lista de elitura, e agora tenho certeza que o farei... gosto muito de histórias que tazem a tonanossos sentimentos. Esse, em especial, parece ser forte. Mal posso esperar para conferir.

    Abraços,
    www.universoliterario.com.br

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