segunda-feira, 15 de junho de 2015

[Resenha] Vingança Mortal

Inspiradas pela resenha dupla de Garota Exemplar que a Fran e a Luana fizeram no Universo Literário, a Marina do Depósito de Animações e eu (Gabriela) viemos comentar sobre Vingança Mortal. O livro de estreia da nossa autora parceira Raquel Machado. Esperamos nos sair tão bem quanto as meninas e fazer jus a obra.

Nome: Vingança Mortal
Autora: Raquel Machado
Edição: 1/2014
Editora: Amazon
Páginas: 120

Sinopse: Ao receber uma ligação sobre a morte de sua melhor amiga, Brenda volta a sua cidade natal, Lageado Grande. Lá ela vai ao velório de Nicole, onde encontra seu rosto marcado por facas. Uma dúvida surge: será que realmente foi um acidente como todos falam?

Ao voltar para casa algumas pistas aparecem, e Brenda fica obstinada a investigar a morte de Nicole. Ela decide então voltar as suas raízes. Porém, o tempo parece ter mudado muitas coisas, inclusive as pessoas que ela imaginava conhecer.

Envolvida em uma rede de intrigas, dinheiro, drogas e traição, ela se vê prestes a montar um quebra-cabeça, onde cada peça parece se encaixar com extrema exatidão. E a solução para esse mistério, pode revelar um segredo escondido há muito tempo.


Comentários:

Gabriela: Confesso que o que me atraiu em Vingança Mortal num primeiro olhar foi o fato de termos uma personagem investigando a morte da amiga e de repente descobrindo segredos escondidos de pessoas que conhecia há muito tempo. Ou ao menos julgava conhecer. Isso me lembrou um pouco a premissa da série Twin Peaks, onde a ideia é de que a verdadeira loucura está nas pessoas e coisas comuns. Raquel conseguiu expressar exatamente isso de uma forma rápida e eficaz, com uma trama bem diferente do ícone da década de 1990 que mencionei.

Marina: Essa coisa da personagem Brenda descobrir os segredos mais profundos - para não dizer “trágicos” - dos amigos de infância causou uma certa ansiedade na minha leitura. O estilo “quem matou Bia Falcão” manteve-se a cada página e eu, inconscientemente, invoquei a detetive enquanto tentava desvendar os mistérios nas reações de cada personagem. E que suspense, viu?!

Gabriela: De início já nos é dado um vislumbre sobre quem esses amigos eram na época da escola em Lageado Grande e como estão atualmente. Brenda e Alan eram os populares, casaram-se logo após o ensino médio e se mudaram para Caxias do Sul onde se tornaram profissionalmente bem sucedidos porém emocionalmente desgastados. Luiz e Alice eram o casal de festeiros, foram morar juntos e enfrentam vários problemas domésticos. Elenor e Ricardo eram os estudiosos, o único casal que teve filhos mas que apesar de parecer terem construído uma família perfeita vivem numa relação de total submissão. Já Nicole e Cristian formaram o casal mais improvável, a garota desinibida e o garoto tímido “esquisito” que sofria bullying. E apesar dos boatos que rolavam pela cidade, pareciam viver bem. Mas assim que Nicole morre, vemos Brenda descobrir que as coisas podem ser piores do que parecem.

Marina: Por algumas vezes durante a leitura eu parei pra pensar sobre o tempo e as pessoas. A história retrata toda a trivialidade dos tempos de escola e a brusca mudança das circunstâncias no futuro, quando todos os casais carregam uma bagagem de dores e decepções. De certa forma, o impacto de saber o antes e o depois dos personagens deram um peso enorme ao contexto do livro. Quando vemos Brenda ir em busca de uma explicação para a morte de sua amiga Nicole, a cada página surge um novo suspense. A pior parte de tudo é não poder entrar na história para impedir a Brenda de tomar certas atitudes e poder dar as coordenadas a ela, não por piedade - pois ela era bem esperta e decidida -, mas pela espírito da investigação.

Gabriela: Vingança Mortal é um livro de fatos e reações. Tudo acontece muito rápido, e os capítulos curtos contribuem para que a agilidade da trama se faça notar. A narrativa é feita na primeira pessoa, por Brenda, na maioria dos capítulos. Apenas alguns poucos são narrados na terceira pessoa, quando as perspectivas de outros personagens se faz necessária. São nesses momentos em que vemos que apesar de Brenda estar no caminho certo, há coisas que ela não compreendeu plenamente e que está trocando alguns papéis. E mesmo não tendo fatores psicológicos sendo totalmente esmiuçados, as atitudes se tornam compreensíveis.

Marina: Realmente, Vingança Mortal é muito ágil e o mais marcante é tentar adivinhar quais são os personagens dos curtos capítulos que a autora propositalmente não identifica. Ou seja, ao mesmo tempo que o enredo corre pelas páginas, ainda dá tempo de parar e pensar em alguma ligação que pode existir entre uma parte e outra do livro. É por este motivo que senti falta de mais detalhes em meio a essa trama que desembaraçou-se diante dos meus olhos, principalmente pelo fato da autora Raquel ter feito do Rio Grande do Sul o berço da história, achei genial.

Gabriela: A escassez de detalhes sobre essa passagem de tempo de vinte anos fez um pouco de falta para montar um perfil completo dos personagens. Como thriller psicológico sinto que algumas questões poderiam ter sido abordadas antes da fase final, e que o desfecho mostrado no epílogo pode ter sido um pouco “feliz”. Mas isso não afetou de forma alguma a tensão da trama, o que me faz pensar que Raquel acertou em fazer de seu primeiro romance um enredo ágil e impactante.

Marina: Ao terminar de ler o livro percebi ainda mais o quão potencial pode ter a nossa literatura brasileira e quantas boas histórias podem ser contadas em cidades como Lajeado Grande, que de grande só tem o nome. Assim como eu e a Gabriela, sei que existem muitos leitores sempre à procura de leituras instigantes, portanto considerem Vingança Mortal uma indicação fantástica para quem busca estar entretido em um romance num estalar de dedos.

4 comentários:

  1. Garotas,
    Adorei a resenha de vocês, fiquei imensamente feliz com cada palavra e impressão. Espero que nossa parceria possa durar muitos anos ainda.
    Beijos

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  2. GabrielaCeruttiZimmermann18 de junho de 2015 às 17:50

    Fico feliz que tenha gostado da nossa resenha, Raquel. Também espero que essa parceria dure muito e renda bons frutos. :)


    Beijos

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  3. Francielle Couto Santos22 de junho de 2015 às 09:37

    Gabi e Marina, fico feliz que a minha resenha dupla com a Luana lá no UL tenha inspirado vocês a fazer o mesmo. E, olha, ficou genial. Texto bastante sincronizado e crítico... muitas impressões e observações pertinentes. Parabéns! Acho a premissa da trama bem instigante, mas não sabia tantos detalhes assim... parece prender pela ansiedade, e isso é algo que me faz vibrar com um livro. Muito boa essa divulgação... é bom nos surpreendermos positivamente comproduções nacionais. A Raquel tá de parabéns, também.

    Abraços,
    www.universoliterario.com.br

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  4. GabrielaCeruttiZimmermann22 de junho de 2015 às 18:27

    Fico muito feliz que tenha gostado do nosso trabalho, Fran. Nada melhor do que ter a aprovação de quem o inspirou. ^^ O livro realmente provoca uma ansiedade sem tamanho. Assim a Raquel vai longe.


    Beijos!

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