quinta-feira, 9 de julho de 2015

[Maratona de Vícios #17]: House M.D.


Everybody lies.


House M.D. Alternate Theme


Quem nunca ouviu falar em Gregory House, o médico mais irreverente, ranzinza e misantropo da história da TV? Há tempos tinha vontade de assistir House M.D. (ou simplesmente House) pelos diversos comentários de pessoas conhecidas sobre as rabugices e peripécias de seu protagonista, só que o tamanho da série (8 temporadas!) assusta um pouco. Mas desde que o Netflix entrou na minha vida pude dar adeus à preguiça de ver séries longas, e assim veio mais um grande vício.

A trama gira em torno da vida do personagem título e seu trabalho como chefe do departamento de Medicina Diagnóstica do fictício hospital universitário Princeton-Plainsboro Teaching Hospital, em Nova Jersey. O trabalho de House (Hugh Laurie) e sua equipe é cuidar de casos complicados que nenhum outro médico conseguiu resolver. Seus membros são sempre escolhidos a dedo, por motivos pessoais e até um tanto duvidosos. A equipe é renovada algumas vezes, mas fazem parte da primeira formação o Dr. Robert Chase (Jesse Spencer), a Dra. Allison Cameron (Jennifer Morrison) e o Dr. Eric Foreman (Omar Epps). Por serem casos complicados e a máxima de House de que todo mundo mente (inclusive e principalmente seus pacientes), seu trabalho muitas vezes parece uma investigação criminal.



Também fazem parte do elenco fixo a Dra. Lisa Cuddy (Lisa Edelstein), a Diretora do hospital e única que (às vezes) consegue dar ordens a House, e o Dr. James Wilson (Robert Sean Leonard), oncologista no hospital e melhor (leia-se único) amigo de House. Ambos o conhecem há anos, sabem pelo que passou e o motivo de todo o seu mau humor, não significa que para eles seja fácil lidar com ele. Nunca é fácil lidar com House, não importa se é paciente, empregado, amigo ou um mero desconhecido. Mas ao menos conseguem fazê-lo ouvi-los de vez em quando e impedir que outros saiam correndo.

House possui um formato procedural, mas diferente da maioria das séries que adotam o mesmo formato seu ponto de partida não é nenhum grande acontecimento e sua equipe já está totalmente formada. Em princípio isso me pareceu um tanto negativo, pois não há muito que diferencie o piloto dos demais episódios. Mas o diferencial e grande sacada está em contar o que aconteceu antes aos poucos, e os casos geralmente trazem temas que ajudam a desenrolar o passado e desenvolver algum plot do momento. O próprio House pergunta a seus pupilos porque acham que foram contratados, e nenhum acerta. Como ele conheceu Wilson, como conheceu Cuddy, por que manca e é viciado em Vicodin, por que é tão ranzinza... Tudo é contado na hora que deve ser, e na maioria das vezes da forma mais inesperada.



A conduta de House diz muito sobre como ele trata seus pacientes e resolve seus casos. Ele não gosta das pessoas e não confia nelas, de modo que evita ao máximo o contato com os pacientes. Seu objetivo é resolver enigmas, então não pega um caso se não considerá-lo interessante. Mas salvar vidas também é importante, e House, que não é muito fã de seguir regras, não se importa de tomar uma atitude extrema se for preciso. Com isso, questões de ética e moral sempre estão em pauta de modo discursivo. Até que ponto é certo ir para salvar uma vida? Quanto uma mentira pode proteger ou prejudicar alguém? Quem diz quais princípios valem mais? E House como adepto do ceticismo e misantropia possui uma abordagem um tanto grosseira na maioria das vezes, mas diz muitas verdades.

Analisando o modo House de agir, tanto pessoal quanto profissionalmente, lembrei muito de Sherlock Holmes. Seja por seu comportamento antissocial, sua capacidade de observação e dedução e até pela forma como manda seus subordinados investigarem as casas dos pacientes em busca de pistas. De fato, ao pesquisar um pouco descobri que o icônico detetive de Sir Arthur Conan Doyle serviu de inspiração para David Shore criar House. Desde a semelhança dos nomes (House significa casa, enquanto Holmes parece sonoramente com home=lar), seus vícios (Vicodin/cocaína), hobbies (música), número da casa (221B) e até as iniciais dos amigos House e Wilson são as mesmas de Holmes e Watson. E outros detalhes que implicam em spoilers.

House teve 177 episódios divididos em 8 temporadas, exibido originalmente pela FOX americana entre 16 de Novembro de 2004 e 21 de Maio de 2012. Levei pouco mais de cinco meses para ver tudo, com certeza não foi uma das minhas melhores médias. Mas isso não significa uma experiência menos satisfatória. A trama se torna brilhante por contar a história de um homem que já foi tão machucado que prefere manter as pessoas longe, e quando tenta mudar de atitude só se machuca ainda mais. Seu temperamento é tão difícil que provoca situações hilárias, mas os momentos tensos apesar de raros são realmente angustiantes. Passam-se diversas situações e mudanças drásticas em sua vida, e a verdade é que todo mundo já teve um momento House.

Certamente essa se tornou mais uma das grandes séries que já vi e recomendo. Ri muito e com certeza aprendi muito com House. Seu final foi bonito, emocionante e irreverente como o protagonista e a amizade entre House e Wilson, mas com a atual febre da FOX de reviver seus grandes sucessos quem pode dizer que foi realmente o final?

8 comentários:

  1. Gabi, já faz bastante tempo que estou enrolando para assistir House, mas sempre deixo para depois já que é não é uma série exibida atualmente. Confesso que com seu texto me deu uma imensa vontade de assistir, mas não sei se tenho 5 meses de dedicação para isso hahaa ando tão sem tempo. O que mais me chamou atenção - e que eu não sabia - a semelhança do House com o Sherlock Holmes. Sou super fã do seriado do Sherlock principalmente pelo jeito peculiar dele, e fico feliz em saber que poderei encontrar isso em outro personagem.


    Resumindo, você só me deu mais argumentos para assistir logo House haahaha.
    E falando em Sherlock, você viu o teaser do especial de Natal que sai esse ano? Quase morri de tanta nostalgia kkkkkkk


    Abraços
    www.booksever.com.br

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  2. Hey Gabi, quanto tempo eu não apareço por aqui, né? </3

    Finalmente estou de ferias e to podendo blogar e visitar os blogs que eu tanto gosto.

    Sobre House, eu adoro esse personagem, acho um dos melhores que tem na TV. Mas nunca consegui acompanhar a serie, só vejo eps aleatórios quando to perto de alguém que está vendo :/

    Beijos,
    www.pepperlipstick.com.br

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  3. GabrielaCeruttiZimmermann12 de julho de 2015 às 11:53

    Sim, de fato Sherlock foi uma grande inspiração para a criação de House, Filipe. E várias referências são feitas na série. Mas fico feliz de ter te apresentado mais motivos para assistir House. :)


    Ainda não vi o teaser do especial de Sherlock, acho que quero surpresa total. [rs]


    Abraços!

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  4. GabrielaCeruttiZimmermann12 de julho de 2015 às 11:55

    Realmente faz muito tempo, Bia. Espero te ver com mais frequência por aqui. :)

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  5. Menina, não sei se é só pra mim, mas meu comentário não tá aparecendo inteiro :(

    Então to colando ele aqui de novo UAHSUHASUUAHSUHAUS

    "Hey Gabi, quanto tempo eu não apareço por aqui, né? </3

    Finalmente estou de ferias e to podendo blogar e visitar os blogs que eu tanto gosto.

    Sobre House, eu adoro esse personagem, acho um dos melhores que tem na TV. Mas nunca consegui acompanhar a serie, só vejo eps aleatórios quando to perto de alguém que está vendo :/"

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  6. GabrielaCeruttiZimmermann13 de julho de 2015 às 17:44

    Acho que estamos com problemas, Bia. Pra mim só aparece uma frase em cada comentário. :(

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  7. Francielle Couto Santos17 de julho de 2015 às 11:42

    Gabi, eu tenho uma amiga que ama essa série... ela me falavatanto, que eu até senti vontade de assistir. Como na época tava acabando,eu tive preguiça e acabei não baixando. Sempre rola isso comigo, preguiça de ver algo que tá acabando ou que já finalizou. Mas essas suas maratonas me fazem enxergar o lado positivo da coisa... convenhamos que assistir tudo de uma vez dá uma emoção danada, não é mesmo? Sem contar que ahistóriafica bem fresca na nossa mente... aí não tem erro. É um vício que não tem fim.

    Abraços,
    www.universoliterario.com.br

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  8. GabrielaCeruttiZimmermann17 de julho de 2015 às 19:05

    Eu também tinha muita preguiça de ver séries já finalizadas ou perto de acabar, Fran. Principalmente as muito longas. Mas peguei o costume de sempre ter uma maratona em andamento, principalmente depois do Netflix. Hoje não sei viver sem uma boa maratona. [rs] Mas fico feliz que meus textos tem você ver esse outro lado, e House é uma que vale muito a pena. :)


    Beijos!

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