terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

[Resenha] Dewey – Um Gato Entre Livros

Título: Dewey
Autoras: Vicki Myron, Bret Witter
Edição: 1/2008
Editora: Editora Globo
Páginas: 272

Sinopse: A rotina da pacata cidade de Spencer, Iowa, Estados Unidos, se transforma após Dewey, um gato, ser encontrado na Biblioteca Pública. A diretora da Biblioteca, que achou o gatinho na caixa de devolução, resolve contar a história e lança o livro, Dewey, um gato entre livros. O livro escrito por Vicki Myron, com colaboração de Bret Witter é a história real de um gato que fez da biblioteca - e da cidade de Spencer- sua casa e de seus habitantes, os melhores amigos.





Comentários:

Não é nenhum segredo que amo livros sobre animais. Cachorro, gato, cavalo, elefante, hamster... Se tem bicho na história, eu estou dentro. Pois essas histórias fazem você rir, chorar e pensar. Principalmente quando se trata de relatos reais. São história de um amor puro, que nada pede em troca. E foi exatamente isso que encontrei em Dewey – Um Gato Entre Livros, livro que ganhei de minha madrinha.

No dia 18 de Janeiro de 1988, um típico dia de inverno rigoroso, a bibliotecária Vicki e outra funcionária da Biblioteca Municipal de Spencer (uma cidadezinha no interior de Iowa) tiveram uma grande surpresa ao verificar a caixa de coleta. Onde só deveria haver livros devolvidos após o expediente (mas onde já estavam acostumadas a encontrar lixo e outras coisas que Vicki preferiu não descrever), encontraram um pobre filhotinho de gato. Magro, sujo e com as patinhas machucadas pelo frio, as duas não viram outra alternativa se não acolhê-lo.

Logo apresentaram o gatinho aos demais funcionários que foram chegando e alguns usuários de confiança. Vicki podia ser presidente da biblioteca, mas precisava da autorização do conselho municipal para manter o gato ali. Mesmo não usando recursos públicos para as despesas dele. Sabia que outro obstáculo a enfrentar seria as mães temendo que os filhos tivessem crises alérgicas, então contratou dois médicos alergistas para uma inspeção e o veredicto foi de que o local era grande e ventilado o suficiente para evitar isso. Mas apesar dessas liberações “oficiais” e da empolgação dos usuários mais fiéis, houveram muitas reclamações.

É incrível como algumas pessoas reclamam só pelo prazer de... Reclamar. Vicki recebeu muitas cartas com críticas e ameaças, embora nunca concretizadas. Mas o amor por Dewey (assim batizado em homenagem ao Sistema Decimal de Dewey) era muito maior. E a verdade é que o número de frequentadores da biblioteca aumentou, pois Dewey fez o ambiente ficar mais aconchegante e receptivo. Segundo Vicki, ele adorava receber o público e ficar circulando em busca de um colo pra tirar uma soneca.

As travessuras e brincadeiras de Dewey são bem divertidas de se ler. Ele era um gato bem sapeca. Mas o surpreendente foi como a história dele repercutiu na época e atraiu para a biblioteca visitantes de diversas partes dos Estados Unidos. E até uma rede de TV japonesa foi fazer imagens para um documentário sobre gatos. Além disso, a região passava por uma crise econômica na época. Situações difíceis podem fazer com que os pensamentos ruins sejam os únicos. Mas comentar sobre aquele gato levantava os ânimos. Dewey reuniu a população e as famílias.

Se você já leu alguma biografia de um animal, sabe que o autor tende a alternar com sua própria história. Isso nos possibilita ver melhor o bem que o animal fez aquela pessoa. E a vida de Vicki é bem emocionante. Nasceu e cresceu em um distrito rural que deixou de existir por causa dos cortes de gatos do Governo, teve problemas com o marido alcoólatra, criou sozinha sua filha Jodi enquanto fazia faculdade, teve inúmeros problemas de saúde causados por erro médico durante o parto de Jodi... Vicki sempre deu a volta por cima, e ainda assim não conseguiu evitar problemas com a adolescência da filha. As duas já não se falavam quando Dewey chegou, mas aquele gatinho malandro conseguiu reaproximar as duas. E sempre fazia Vicki rir quando precisava de um consolo.

Apesar de ter gostado muito do livro, me incomodei um pouco no início. Estou acostumada com introduções que já falam sobre o bichinho ou sobre uma experiência anterior do autor com animais. Mas Vicki começou falando sobre Spencer e o interior de Iowa. Isso me irritou um bocado. Todavia, logo que começaram os relatos sobre o dia em que Dewey foi encontrado já comecei a me empolgar com o livro. E no decorrer da leitura tais explicações sobre a região fizeram-se justificáveis.


Dewey Readmore Books viveu por 19 anos, e durante esse tempo serviu à Biblioteca Municipal de Spencer. Aliviando o stress dos funcionários, alegrando o público e acima de tudo, sendo um amigo fiel para Vicki. Uma história bonita de amor e superação que me deixou com um vontade de ler mais, e ainda bem que Vicki escreveu mais um livro chamado As Nove Vidas de Dewey. Espero conseguir logo.

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