sábado, 1 de fevereiro de 2014

Sleepy Hollow – Balanço da 1ª temporada


Uma história de amor, família e salvação.

Há um tempo tenho cogitado a possibilidade de escrever balanços de temporada das novas séries, além das primeiras impressões que vocês já vem acompanhando. Apenas tinha receio de não dispôr do tempo necessário para escrevê-los. Contudo, resolvi arriscar. É bem verdade que a primeira a chegar ao fim da temporada foi Atlantis, mas falarei sobre ela em uma próxima oportunidade.

Sleepy Hollow chegou sem fazer alarde, veio para surpreender e conquistar. Se usou de conceitos e arquétipos que muitos já consideravam esdrúxulos e repetitivos para construir um mundo novo. A série trouxe o Cavaleiro Sem Cabeça do livro de Washington Irving para os Estados Unidos da América na época da Guerra da Independência, inserindo no contexto o apocalipse cristão e vários aspectos de outras mitologias. Os personagens encantadores completaram a receita para um grande sucesso.

A trama te faz acreditar em coisas impossíveis, como um homem ressuscitar após duzentos anos devido a um feitiço lançado por sua esposa ou que o Presidente George Washington conhecia segredos sobre o apocalipse. Impossível porém é não se apaixonar pela bravura e os modos cordiais de Ichabod Crane, além de seus choques culturais/temporais e a luta para salvar sua amada Katrina do purgatório. Não compartilhar das dúvidas de Abbie Mills, uma mulher valente que cometeu erros compreensíveis. Sentir compaixão pelas dificuldades e dilemas enfrentados por Frank Irving, um homem de gestos secos mas de bom coração. Ou se identificar com Jenny Mills, uma mulher que ainda menina precisou enfrentar acusações e abandonos e dali tirar forças para sobreviver.

O enredo segue uma linha com base num jogo de caça-palavras, de quebra-cabeças. Te leva por um caminho e o faz acreditar piamente nele. Então você se distrai, acha que sabe o que vai acontecer, e ele dá uma guinada e muda de direção. Te surpreendendo completamente. E já que mencionei o fator surpresa, foi uma feliz surpresa ver John Noble (um ator que admiro muito) fazer participações e recentemente ser promovido ao elenco fixo. Fazendo algo que eu já gostava ficar ainda mais atrativo.

Reconheço que Sleepy Hollow possui seus pontos baixos, mas vem superando bem os obstáculos. Sem mencionar que é intrigante a forma como encerem personagens históricos na mitologia empregada. Um trabalho notável. E ainda arranjam espaço para momentos e revelações emocionantes. Concluo dizendo que a série me conquistou. E se me perdoam o uso de um clichê, é de perder a cabeça.

Respeitosamente, Gabriela Cerutti Zimmermann.



P.S.: Não resisti a tentar escrever algo no moldes formais de Ichabod Crane. Tentei, não quer dizer que consegui.

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