O
clássico cult da TV.
Certas
séries são obrigatórias para um bom viciado em série,
principalmente se ela pertence à algum dos gêneros favoritos. Twin
Peaks era obrigatória para mim por ter aberto as portas para a
existência de tantas séries que amo. Apesar disso, ia enrolando
pelo fato de ter sido cancelada na segunda temporada. Mas a notícia
de que a série terá continuação em 2016 me fez ver logo de uma
vez. E hoje venho peguntar se vocês já pararam pra pensar que o
obrigatório pode ser muito bom?
Tudo
começa na manhã em que o corpo da jovem e popular Laura Palmer
(Sheryl Lee) é encontrado enrolado em plástico nas margens de um
rio na até então pacata cidade de Twin Peaks. A jovem Ronnete
(Phoebe Augustine) também é dada por falta e é encontrada horas
depois vagando pelos trilhos do trem, completamente perturbada e sem
conseguir se comunicar. As duas foram amarradas, violentadas física
e sexualmente entre outras coisas. A diferença é que uma saiu viva,
mas sem condições de relatar o que aconteceu. No mesmo dia chega à
cidade o Agente do FBI Dale Cooper (Kyle McLachlan), que há um ano
trabalhara em caso com o mesmo M.O. e acredita ter um assassino em
série a solta.
O caso
não demora a mostrar todas as suas complicações. A polícia local
não consegue fazer muita coisa por ter uma equipe muito restrita,
apesar de ser bem comandada pelo Xerife Harry (Michael Ontkean).
Cooper e Harry trabalham arduamente, mas parecem nunca conseguir
colocar todas as evidencias em pratos limpos. Todos tem algo a
esconder, e mesmo aqueles que nada tem a ver com o assassinato tem
receio que seus segredos mais sombrios venham à tona. Além disso,
estão envolvidas forças ocultas e desconhecidas. A morte de Laura
abre portas para que tantos segredos sejam revelados, e mostrar que a
loucura está nas pessoas normais e nos fatos cotidianos.
Twin
Peaks é uma série bastante estranha, mas você acaba se
acostumando e gostando. Na verdade é pela estranheza que a série
ganha muitos pontos, pois na época em que foi lançada foi pioneira
por mostrar cliffhangers, ter um elenco grande e misturar
gêneros. O surrealismo foi uma ótima forma de trazer isso ao
público e inovar. É ainda uma bela mistura de policial, suspense,
terror, drama familiar e humor. E mesmo tendo um final um tanto
atropelado por causa do cancelamento precoce, vale muito a pena
assistir. O fato de que cada episódio corresponde a um dia permite
ao telespectador um acompanhamento pleno sobre o desenrolar da
investigação e da trama em si.
Por ser
uma série relativamente curta e com muitos personagens e plots não
vou falar muito sobre o enredo além do que já falei. Mas posso
dizer que foi uma experiência bem promissora, e apesar da trama
perder um pouco da motivação quando o assassino é revelado (plot
que os produtores precisaram antecipar por pressão da emissora) teve
um final bem intrigante. E os momentos de humor são tão engraçados
quanto os de terror são assustadores. Bem, não posso dizer quem é
Bob, mas ele me deixou com tanto medo que tive pesadelos.
Realmente
não devo entrar em detalhes sobre os personagens, tira a graça de
conhecê-los por si mesmos. Mas preciso falar sobre Laura e Cooper.
Laura é possivelmente a personagem mais intrigante que já vi.
Repleta de nuances e aspectos, mostrando o tempo todo novas
perspectivas sobre quem ela foi. Perturbada, assombrada,
autodepreciativa, mas também doce e afável. Ela não era totalmente
dona de suas vontades, e muitas das coisas que fez são de deixar
qualquer um abismado mas é digna de empatia. Já Cooper é
totalmente irreverente, com seus métodos nada ortodoxos e sonhos
bizarros. Ele tem uma linha de pensamento bem diferente e que de
início é até um pouco difícil de acompanhar, mas logo você
começa a se perguntar como não pensou naquilo antes. Todavia,
admito que minha personagem favorita é a jovem Audrey (Sherilyn
Fenn). Que de início parece chatinha e mimada, mas logo se mostra
forte e determinada e se torna uma peça fundamental.
Twin
Peaks teve 30 episódios divididos em duas temporadas, exibidos
originalmente entre 08 de Abril de 1990 e 10 de Junho de 1991 pelo
canal americano ABC. Foi criada pelos famosos visionários
David Lynch e Mark Frost, que também produziram o filme Twin
Peaks: The Fire Walk with Me que mostra os últimos dias da vida
de Laura. Teve também o livro O Diário Secreto de Laura Palmer,
escrito por Jennifer Lynch, filha de David. Que pretendo ler, mesmo
sendo difícil de achar, pois Laura é uma personagem absurdamente
complexa da qual sempre se quer saber mais.
Como
mencionei no início, Twin Peaks ganhará continuação. Será
uma limited series de
9 episódios transmitida pela Showtime em meados de 2016, com
produção e roteiros dos próprios Lynch e Frost. O motivo da data,
25 anos depois do termino da série original, é cumprir algo que foi
dito no último episódio a fim de manter a fidelidade da mitologia
para a continuação. Além disso, Frost está trabalhando no romance
intitulado A Vida Secreta de Twin Peaks que contará o que
aconteceu com os personagens durante essas duas décadas e meia, com
lançamento previsto para o final de 2015. Eu não perderei nada
disso e recomendo a todos.
Nunca tinha ouvido falar na série, mas já me interessei bastante.
ResponderExcluirA premissa da série parece ser bem bacana. Gosto de coisas peculiares, acho que irei me dar bem com Twin Peaks.
Não sabia que ela tinha sido uma das pioneiras a usar os cliffhangers (que é uma parada que curto demais).
www.booksever.com.br
Oi Gabi,
ResponderExcluirSabe q eu fico protelando Twin Peaks pelo mesmo motivo? E como n consigo me manter em dia nem com as séries que assisto, analiso mto antes de começar uma nova.
Nao sabia q Twin Peaks iria ganhar uma continuação, e o que me chamou atenção foi a questão de manter a fidelidade da mitologia. Fiquei curioso rsrs
Abraço,
Alê
www.alemdacontracapa.blogspot.com
Gabi, ando muito seleta quanto as séries... ultimamente tá complicado me manter em dia com as que acompanho, imagina acrescentar mais na lista? Mesmo assim achei a proposta interessante, embora eu sinta certa resistência por conta do gênero surrealista. Mesmo curtindo a temática, ando buscando séries mais dramática (hahahah). Enfim... achei bem interessante essa história de continuação, viu!? Fiquei intrigada e até curiosa...
ResponderExcluirAbraços,
http://universoliterario.blogspot.com.br/
É excencial conhecer Twin Peaks pelo menos de nome, Filipe. Sério, já que abriu portas pras séries que conhecemos hoje existirem. Ela foi A pioneira dos cliffhanger justamente por abandonar o formato procedural. E pra que curte sobrenatural, que eu sei que você gosta, é imperdível.
ResponderExcluirAbraço!
Compreendo perfeitamente, Alê. Na verdade se não fosse o anúncio da continuação é provável que eu continuaria enrolando pra sempre. Mas fico feliz de não ter deixado pra ver mais próximo ao retorno, já que o Netflix tirou do catalogo. [rs]
ResponderExcluirE sobre a fidelidade da mitologia, é por algo mencionado no último episódio que não citei por causa do spoiler. Spoiler que eu peguei. :/ [rs]
Abraço!
Te entendo, Fran. Mas simplesmente não sei não colocar mais séries na lista. [rs] Sei que você não gosta muito do surreal, mas isso é mais nos sonhos. O resto é só sobrenatural, que sei que não te incomoda tanto. Foi a forma que acharam na época de fazer críticas sociais e tratar de assuntos tabus, ficou bem interessante. E quero logo essa continuação! kkkk
ResponderExcluirAbraços!
Hey Gabi, tudo bem?
ResponderExcluirEu gosto de series estranhas, de coisas estranhas, falou estranho eu quero saber mais HAHAHAHAHA
Porem dessa vez eu não me senti cativada a colocar na lista, o que você já deve ter notado pelos meus comentários em outros posts de seriado aqui que é raro... Mas quem sabe em outro momento, não direi que nunca vou assistir.
Beijos
www.pepperlipstick.com
Também tenho uma preferência por coisas estranhas, Bia. Bom, como não sei o por quê de você não se sentir cativada não tenho como argumentar, mas entendo. Mas se tiver oportunidade, dê uma chance sim. :)
ResponderExcluirBeijos!