Não
tente partir.
Já faz
um certo tempo que não há comentários sobre minissérie no CV,
e a verdade é que acompanhei poucas nesse ano. Mas não poderia
deixar de falar de Wayward Pines, exibida pela FOX
americana entre 24 de Abril e 23 de Julho. Bem como a última
minissérie que apareceu por aqui – The Casual Vacancy –
trata-se de uma história sobre uma pequena cidade aparentemente
idílica mas que esconde muitos segredos. Também é uma adaptação
literária, mas, diferente da anteriormente mencionada, foi uma
produção instigante.
O Agente
do Serviço Secreto Ethan Burke (Matt Dillon) viaja ao interior de
Idaho a procura de dois agentes desaparecidos e acaba sofrendo um
acidente no meio do caminho. Ele acorda no hospital de Wayward Pines
aos cuidados da enfermeira Pam (Melissa Leo), que parece mais querer
machucá-lo do que realmente cuidar dele. Ao receber alta, Ethan se
vê numa cidade horripilantemente feliz e pacata sem ver a hora de
sair dela. Mas o Xerife Pope (Terrence Howard) e os demais moradores
não pouparão esforços para impedi-lo de partir.
Enquanto
isso, na cidade de Chicago, sua esposa Theresa (Shannyn Sossamon) e
seu filho Ben (Charlie Tahan) anseiam por descobrir o que aconteceu
com ele e porque ninguém lhes diz nada. Ao perceber que o colegas e
superiores de Ethan não apenas sabem a verdade sobre sua missão e
seu paradeiro como escondem à sete chaves, Theresa e Ben decidem ir
atrás dele por conta própria. Sem imaginar o que irá acontecer com
eles e a verdade por trás de tudo isso. Que a verdade é muito maior
do que qualquer coisa que poderiam imaginar.
“Surpreendente”
e “inimaginável” são duas palavras que permeiam o cerne de
Wayward Pines. A minissérie de 10 episódios baseada no livro
Pines, primeiro da trilogia Wayward Pines de Blake
Crouch, me atraiu por trazer em seu trailer uma atmosfera que lembra
em muito a da série Twin Peaks. Também não demorou a saírem
notas da crítica especializada dizendo ser uma mistura do tal ícone
da década de 1990 com Lost. Geralmente esse tipo de
comentário me afasta, mas o fato do autor da obra original ser fã
dessas duas produções me levou a dar uma chance. E apesar de se
notarem algumas referências, a história se mostra completamente
diferente de ambas.
Me interessei por Wayward Pines esperando uma coisa, ao
começar pensei ser outra, em poucos episódios vi que era outra
coisa totalmente diferente e depois vi que ainda era outra coisa. Sei
que ficou confuso, mas uma explicação melhor implica em dar
spoilers. Mas o grande segredo está no fator surpresa, em sequer
conseguir imaginar o que irá acontecer. Além de levantar várias
questões sobre sociedade, política e até moral. Outro ponto
positivo é a visão peculiar do criador sobre a questão dos
protagonistas,
ninguém é importante o suficiente para se manter ileso e
inatingível.
Inicialmente
a minissérie foi concebida com a intenção de poder ser renovada e
virar uma série de (acredito eu) pelo menos três temporadas. Mas
por ter ficado engavetada por dois anos – foi gravada em 2013 – o
elenco acabou arranjando outros trabalhos e tornou a renovação
inviável apesar da boa audiência. (Boa FOX!)
Embora
recentemente tenham saído notícias de que Crouch estaria negociando
com o produtor M. Night Shyamalan e os executivos do canal a
possibilidade de retorno. Todavia,
Wayward Pines teve um daqueles finais que encerram a história
mas também poderia ter continuidade. Só sei que fiquei mais curiosa
para conferir os livros, que começaram a ser publicados no Brasil
esse ano pela Editora Planeta.
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