Quem tem
o hábito de frequentar páginas e grupos de coisas que gosta - mesmo
de forma esporádica para conferir uma ou outra notícia - com
certeza já deu de cara com eles. São criaturas vis, obcecadas e que
parecem não ter nenhuma outra ocupação na vida que não seja odiar
e reclamar o máximo possível de qualquer coisa. São aqueles que os
fãs (na falta de um termo melhor) temem na hora de se distrair e
procurar informações sobre as produções e artistas favoritos.
Eles, os haters.
Certo,
ninguém é obrigado a gostar de tudo e que atire a primeira pedra
quem nunca detestou (odiou mesmo) alguma coisa. Mas, enquanto
conseguimos simplesmente reclamar um pouco com quem também viu -
junto ou não - e depois deixar pra lá, os haters não sossegam até
não entrar em todas as páginas daquilo e escrever textos enormes
(geralmente mal) dando mil motivos (que normalmente não se
sustentam) para odiar aquilo. E se alguém tenta questionar porque a
tal pessoa se presta a fazer isso, vira alvo do ódio desse ser que
parece querer se “profissionalizar” em criticar.
Alguns
chegam ao auge do ódio criando páginas apenas para xingar. Elas tem
títulos que vão de "X é uma merda" a "Y
não presta" e variáveis tão “inteligentes” quanto.
Não nego que quando era mais jovem cheguei a reclamar muito de
algumas coisas, mas fazia isso nas minhas páginas pessoais, tinha 16
ou 17 anos e de repente me dei conta de que não ganhava nada com
isso. Entretanto, muitas dessas pessoas que fazem as páginas haters
tem mais de 20 anos e nenhum indício de que um dia perceberão o
quanto isso é inútil.
Quando se
administra uma fanpage, você acaba lidando com isso quase que
diariamente. Nem sempre o ódio é direcionado a aquilo que se
pretende homenagear, mas a algo que faz parte dele. Por exemplo, já
tive um Fotolog sobre a série Lost e há pelo menos cinco
anos cuido junto com Fábio Lins da fanpage LostManíacos. Em
ambas as situações vi ataques à série e elenco, mas nada grave e
que não desse para contornar. E nada comparado ao que vejo desde que
faço parte da administração do Hawaii Five-0 Brasil. Nesse
caso o triste é ver ditos fãs da série denegrindo o elenco, em
especial à atriz Michelle Borth. O Ítalo pode confirmar o que digo.
O
complicado de casos como esse é que você se vê numa encruzilhada.
Afinal, o intuito de páginas e grupos além de compartilhar notícias
é debater o que funcionou ou não e etc. Nos próprios reviews volta
e meia preciso comentar algo que não convenceu, pois TV é assim
mesmo. Nem sempre o que nos proporcionam cola, é um risco que quem
trabalha com entretenimento corre. E ninguém é obrigado a adorar
todo o elenco de produções que gosta. Já gostei de séries e
filmes que por ventura tinham atores e atrizes que não suporto. Só
que criticar uma atriz pelo simples fato dela existir e habitar o
mesmo planeta é o cúmulo! E você fica de mãos amarradas porque
precisa respeitar todas as opiniões.
Bom, pelo
menos é isso que os haters gostam de alegar. Eles vão lá, fazem
sua crítica nada construtiva e se alguém se atreve a defender, eles
vem dizer que tem direito a liberdade de expressão e de gostarem ou
não do que quiserem. Em contrapartida, se alguém faz uma postagem
falando bem parece que essas regras não se aplicam. Alguns se
contentam em criticar apenas uma vez, mas os haters mais fervorosos
chegam a fazer tantas publicações que atrapalham quem só quer
conferir as notícias. Tentamos ignorar pra ver se parava, mas só
foi piorando e tivemos que chegar ao ponto de criar regras rígidas e
cogitar o bloqueio de perfis. Muita gente reclamou e disse que era
antidemocrático, mas não aguentávamos mais.
Isso até
funcionou um pouco mas não os inibiu por completo. Teve uma garota
tão persistente que nos levou ao limite, e que depois de um
comentário da nossa parte ficou meses em silêncio. O pior é que
existe muita gente como ela, que além de criticar nas fanpages ainda
enviam inúmeras mensagens de ódio nas redes sociais do próprio
artista. Teve alguém que chegou ao ponto de criar uma página
pedindo que Michelle Borth não voltasse mais a Hawaii Five-0.
Só me pergunto se gastaria a mesma energia por causas mais nobres
como o reflorestamento da Amazônia e a pacificação do Oriente
Médio. Na boa, porque as pessoas não conseguem simplesmente deixar
ir? Como diria Linus das tirinhas Peanuts, "daqui a
quinhentos anos quem é vai se importar com isso?”
A questão
é que nem tudo na vida vai te agradar e é impossível criar algo
que agrade a todos. Mas como podemos tornar o mundo um lugar mais
tolerante se as pessoas se deixam incomodar tanto por algo que
deveria servir como entretenimento? Como essas pessoas vão aceitar
as diferenças no seu dia a dia se são praticamente nazistas com
coisas que só veem pela TV? Então vamos tentar lembrar que podemos
não gostar de uma produção por ser ruim, de um artista por não
ter talento ou simplesmente ser arrogante com os fãs. Mas ainda são
pessoas que só querem fazer o trabalho delas e podem ser muito
afetadas por mensagens de ódio. Ser fanático não é saudável, e
odiar excessivamente muito menos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário