Nome:
Dia 21
Série:
The 100
Autora:
Kass Morgan
Edição:
1/2015
Editora:
Galera Record
Páginas:
288
Sinopse:
Vinte
e um dias após os cem terem chegado à Terra com a missão de
recolonizar o planeta, um inimigo desconhecido é descoberto.
Pensa-se que eles eram os únicos humanos a pisar na superfície
terrestre em séculos, mas agora, nada mais é certo. Entre resgates,
buscas e romances, segredos são revelados, crenças são quebradas e
relacionamentos são testados.
Comentários:
Continuando
na meta de não ficar atrasada com as séries literárias, adquiri e
li Dia 21 na primeira oportunidade. O que também influenciou
um pouco foi a falta da série The 100, que só voltará no
início do ano que vem. Embora, é claro, a série de TV não siga a
risca a trama mostrada nos livros e não se deve lê-los na intenção
de tentar descobrir o que vem pela frente. Ainda assim, é uma boa
leitura.
ALERTA DE
SPOILER: O texto contém revelações de enredo do livro anterior e
da série de TV.
O livro
dá seguimento imediato aos acontecimentos finais de Os Escolhidos. Na Terra, Clarke e Bellamy ainda estão a procura de
Octavia e pasmos com a descoberta de que não estão sozinhos, quando
ela é picada por uma cobra e precisam voltar imediatamente para o
acampamento. Wells continua precisando bater de frente com o grupinho
de Graham - que quer a todo custo instaurar o caos - por conta do
ataque da noite anterior que resultou na morte de Asher, quando
percebem uma movimentação na selva. Uma terráquea que acaba sendo
capturada pelos colonos. Enquanto na Arca, Glass e Luke dão início
a um plano de fuga e sobrevivência.
É
difícil encontrar palavras para descrever o livro quando se assiste
a adaptação. Pois não quero fazer comparações com aquilo que
vejo na TV, e na resenha de Os Escolhidos até consegui, mas
quando até o ritmo da trama e os núcleos apresentados são
diferentes, porém com os mesmos nomes, isso se torna quase
impossível. Só pra começar, nesse livro mal se completa um mês do
acampamento dos cem - agora pouco mais de noventa - jovens enviados à
Terra. Só agora começa o contato com os nativos, algo que acontece
de forma nada amistosa por parte dos sobreviventes. Sem falar da
relevância trocada de alguns personagens, como Octavia que mal
aparece enquanto Wells segue como um dos protagonistas. Todavia,
tentarei separar as coisas aqui.
Com o
foco da trama sendo a luta de adolescentes e crianças por
sobrevivência em um lugar inóspito que de certa forma estão ao
mesmo tempo formando sua própria sociedade, não é difícil notar
as referências a O Senhor das Moscas. Mesmo para quem nunca
leu o clássico de William Golding, basta ter ouvido falar dele.
Entretanto, com tudo que já li a respeito da obra da Golding tenho a
impressão de que a história apresentada na série The 100
(ao menos em sua versão literária) traz uma abordagem mais "leve".
Digo isso porque apesar deste trazer algumas cenas de morte
impactantes e outros acontecimentos nada triviais, o fato dos
personagens serem um pouco mais velhos e por conta disso acabarem se
envolvendo romanticamente, é algo que acaba trazendo certa leveza.
Sem contar uma quantia considerável de comentários cômicos.
Já
mencionei anteriormente e continuo com a opinião de que a trama
perde um bocado de consistência ao não manter foco em nenhum
personagem adulto. Claro, se a premissa é mostrar um grupo de
adolescentes lutando pela própria sobrevivência, então é
compreensível que adultos sejam deixados um pouco de lado. Mas a
falta de coerência na personalidade desses personagens que hora se
portam de forma madura demais para a idade que tem por conta das
circunstancias em que cresceram, e em outra parecem ser mais
sensíveis do que pode ser considerado possível, torna isso difícil
de se ter em mente o tempo todo.
No
entanto, uma coisa que gosto de ver nos livros é a trama de Glass.
Apesar de ter um destaque bem menor que as adversidades passadas por
aqueles que foram enviados à Terra, é interessante ver o que se
desenvolve na Arca pela perspectiva de civis. Coisa que na adaptação
foi pouco explorada, pois nesse caso o foco ficou nos governantes e
equipe de cientistas. E apesar da história de Glass não ser
exatamente das mais empolgantes, é a que transmite um pouco mais de
verossimilhança.
Apesar de
Kass Morgan ter uma mente bastante criativa e uma narrativa fluida e
clara, sou obrigada a admitir que a adaptação se sobrepõe a sua
obra. Seus livros são bons e ela tem futuro, mas não posso negar
que fatores como Mount Weather e os próprios terráqueos ganharam
uma apresentação muito maior na versão televisiva, conquistando
até mais relevância para a história. Porém, com tantas mudanças
um fato do livro me surpreendeu completamente e fiquei me perguntando
se será mantida na TV. A revelação não poderia acontecer da mesma
forma, mas é algo que pode ser bastante significativo futuramente.
O
terceiro e último volume da série The 100 intitulado
Homecoming (ainda sem título no Brasil) foi publicado nos
Estados Unidos em 26 de fevereiro desse ano e só deve chegar por
aqui em meados do ano que vem. Resta aguardar pra ver como termina
essa história.
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